(Fotos retiradas)
O Parto da Rita
A gravidez da minha Ritinha foi bastante conturbada. Inicialmente fui muito fustigada com náuseas e vómitos, e a situação era tão grave, que eu passava horas na casa de banho, pois estava sempre indisposta e um simples movimento, era o suficiente para vomitar, o que comia e o que não comia.
Chegadas às 20 semanas essa indisposição abrandou e comecei a sentir-me substancialmente melhor.
No dia 14/06 com apenas 23 semanas apanhámos um valente susto, pois tive uma hemorragia, que nos levou ao HSM. Fui muito assustada. Sentia os pontapés da minha filha, mas sabia que algo não estava bem … estava sempre á espera que o pontapé que ela me desse fosse o último.
Quando cheguei, fui de imediato atendida, e a médica que me assistiu, ao ver a dimensão da hemorragia apenas me disse: “isto está mau”. Para minha infelicidade o telefone tocou … chamando-a para uma situação urgente que ocorria na sala de partos. Pediu-me desculpa, dizendo-me que lamentavelmente tinha que atender prioritariamente a urgência de uma grávida de 34 semanas, com uma placenta prévia.
Ok … ali fiquei deitada na marquesa de observações (de perna aberta), sentindo impotente os pontapés da minha filhota. Ouvi uma auxiliar dizer para a outra que a Dra, tinha ido fazer uma cesariana, pelo que prevendo que iria demorar, decidi levantar-me e ir ter com o meu marido que me aguardava impacientemente na sala de espera. Quando lhe contei o diálogo que tivera com a médica, ele nem queria acreditar. Ali estávamos os dois sozinhos, esperando por mais um desfecho trágico (já tinha havido outro, uns meses antes) … a minha única réstia de esperança, residia no facto, da minha filha não parar de me pontapear. A sensação foi de medo e de impotência.
Quando finalmente a médica regressou, fui novamente observada. Fizeram-me uma ecografia e verificaram que estava tudo normal. A hemorragia foi explicada pela tensão do útero. Aumentaram-me a dose de magnésio, e recomendaram-me repouso absoluto e repetição da eco, passados uns dias.
Tudo corria bem, até que, a 13 de Agosto numa ecografia de rotina (das 9 que fiz) fui alertada pelo médico de que algo se passava com a bebé, uma vez que tinha, como ele chamou, um desaceleramento de crescimento, já estando no percentil 10, bem como, uma dilatação no rim esquerdo. Para além disso, a bebé também estava com o ventrículo cerebral esquerdo em “borderline”, pelo que me disse que, se ele fosse o meu médico obstetra, me reencaminharia para as urgências do Hospital.
Fiquei muito assustada e logo decidi que no dia seguinte iria à minha médica assistente. Contudo, armada em espertinha vou à internet, tentar perceber o que seria isto, dos ventrículos em “bordeline”.
Fiquei desolada com o que li, esquecendo por completo, quer o desaceleramento, quer a dilatação. Pelo que lia, cheguei à conclusão que a minha bebé correria o sério risco de ser um bebé com uma hidrocefalia, vulgo cabeça de água, que são aquelas crianças que têm uma cabeça anormalmente grande.
Fiquei completamente desesperada, nada nem ninguém me conseguia consolar, nem mesmo a minha médica para quem telefonei em pranto.
No dia seguinte pela manhã, lá estava eu junto da minha médica, que mais uma vez me tentava explicar que até se poderia dar o caso de nos 3 meses seguintes os ventrículos não crescerem, pelo que ainda que remotamente, a minha bebé, poderia nascer saudável.
Face à análise do relatório da ecografia, a médica, não quis arriscar, tendo-me mandado ir às consultas de alto risco do Hospital de Santa Maria.
Lá fui ao Hospital levando os exames. Face ao relatório decidiram repetir a ecografia. Chegaram a conclusão que afinal se tratava de um bebé de percentil 25, pelo que não seria considerado de risco, que existia sim uma dilatação do rim, mas é normal acontecer, sem consequências de maior …. e que, efectivamente, os ventrículos estavam em borderline … o pior temia-se!!!
No fundo os ventrículos não poderiam crescer mais … e estávamos a 3 meses do parto e as medidas estavam no limite da normalidade. Perguntei que consequências poderiam advir desse problema … e a única coisa que me diziam era que os problemas podiam ser os mais variados, desde cegueira, surdez, dificuldades de aprendizagem, etc … mas que eram naquela altura imprevisíveis.
Por mais que me tentasse acalmar eu estava em pânico!!! Disseram-me que, se após o parto se confirmasse a hidrocefalia a bebé teria de ser operada para a colocação de um dreno na cabeça … eu nem queria acreditar.
Escusado será dizer, que andei com o coração nas mãos até ao dia em que a Rita nasceu!
No dia em que completava as 40 semanas, dia 06/10, fui ao HSM para uma consulta, mas em virtude de ter o colo muito verde, mandaram-me embora agendando-me a próxima consulta para o dia 14/10.
Já me sentia muito cansada mas principalmente ansiosa pela ausência de sinais de parto. A única coisa de que me queixava era das dores que tinha na zona pélvica, pois a sensação que me dava era que a Rita estava constantemente a cabecear-me (estão a ver o filme, cabeça grande, falta de espaço, cabeçadas, macaquinhos nos sótão, etc).
Como já ia nas 41 semanas e 2 dias, a minha amiga Anocas não parava de insistir, para que eu fosse ao Hospital, achava ela que aquelas “cabeçadas” que eu sentia, podiam indiciar algum sofrimento da bebé.
Como eu me recusava a ir, ela, conhecendo-me como me conhece, mudou de estratégia, e do conselho/alertas que me dava, passou para o Plano B. Optou por me provocar, obrigando-me a reagir.
Dizia-me que eu estava mas era com medo, e por isso não ia, e que estava a por em risco a saúde da minha filha …. ou seja, ela obrigou-me a ir!!!
Lá fui eu ao Hospital, mas convencida que nada me fariam, ao ponto do André ter ficado na rua a jogar á bola com os amigos, ficando a ser vigiado pela minha mãe.
Cheguei ao hospital pelas 19:00, muito calma, sem dores, sem nada. Fui observada, e eis que o médico, ao ver que estávamos perante uma gravidez de mais de 41 semanas me passa uma serie de papeis para a mão, e diz-me: pode entregar estes papeis ao seu acompanhante para fazer o seu registo de internamento, pode vestir aquela roupa, pois vai ficar internada. Ainda me tentei opor, mas não me deu quaisquer hipóteses.
O meu marido quando me viu sair com a bela da festimenta … ficou banzado … estávamos mesmo convencidos, que ainda não era o momento. Telefonei para a minha amiga (insultei-a, responsabilizei-a pelo meu internamento prematuro (lol), despedi-me do meu marido, e lá fui toda fresca para o piso (ou 5 ou 6, já não sei).
Depois do clister da praxe, dei entrada na sala de dilatação, onde fui ligada ao CTG. Ali fiquei alguns minutos, até vir a médica fazer-me o toque (que nem senti) tendo confirmado a inexistência de dilatação, pelo que, me colocou um comprimido intravaginal para acelerar o processo. Ali fiquei, a olhar para a janela e a ver anoitecer. Passado uma hora aparece um médico para ver a evolução da Senhora do lado, que já ali estava há horas, pelo que aproveitei para lhe dizer que não tinha quaisquer dores, mas que a posição em que me encontrava, e a única que permitia os registos do CTG (estava de barriga para cima) me era bastante desconfortável. Com um tom de gozo respondeu-me, pensando que eu seria mãe de 1ª viagem: ai não lhe dói? Vai ver que daqui a nada, não diz o mesmo!!. Claro que nem valia a pena responder.
Limitei-me a virar-me de lado, pois já estava a ficar toda dormente. Naquela posição, o registo do CTG não era possível, pelo que, a enfermeira (Maria José) optou por fazer a monitorização interna.
Passado alguns minutos comecei a sentir algumas contracções perfeitamente toleráveis. Passados breves momentos sinto "algo" a escorrer por mim abaixo … tinham-me rebentado as águas. A enfermeira veio ver, e disse-me que eu já tinha 4 dedos de dilatação, perguntando-me se eu já tinha dores. Respondi-lhe que sim … mas que eram ligeiras. Foi-me então explicado, que poderia, se assim entendesse, levar a epidural, mas que isso atrasaria o parto. Assim que ouvi a palavra atrasar …. recusei logo a aplicação da epidural. Eu já não ia muito convencida, só de pensar na agulha … até me arrepiava, quanto mais ainda, atrasar o trabalho de parto. Ficou decidido … não levaria epidural.
Entretanto, as contracções lá iam aumentando de intensidade, mas eu sou uma pessoa que tolero com alguma facilidade/calma a dor. A Enfermeira disse-me, olhe Filipa como está a portar-se tão bem (lol), vou chamar o seu marido, mas vou colocar-lhe aqui no soro, uma coisa para a Filipa descansar. (descansar?'')
Se querem saber, eu só prestei atenção à parte em que me disse que iria chamar o meu marido. Passados poucos minutos, lá veio o meu marido, que sentado ao meu lado, me ia dando indicações de quando é que vinha mais uma contracção, e qual a sua intensidade, pois o CTG regista a contracção antes de nós a sentirmos. Estive ali alguns minutos, com algumas contracções bastantes fortes. A minha reacção era estar encolhida e ir-me embalando (é uma reacção que tenho, que me acalma, e faz com que não perca o controlo). As contracções eram puxadas, e eis que sinto uma impressão, parecida à necessidade de fazer có-có. Digo à enfermeira, ao que me responde, não me diga que a bebé já está a nascer? Eu respondo, não … ainda falta!! Deixe lá ver, responde-me ela. Nesse instante começou a dizer-me: vamos lá embora para a sala de partos a sua bebé está quase a nascer. Eu nem queria acreditar. Já? Lá mandou o meu marido sair da sala, para que eu fosse (a pé) para a sala de partos. Nessa altura, é que eu posso dizer que senti dores a sério, parecia que toda eu ... ia a rebentar.
Entrei na Box, deitei-me na cama de partos e só houve tempo para esperar por duas ou três contracções que acompanhadas com muita força fizeram com que a minha Rita nascesse pelas 01:00 horas, daquele dia 13 de Outubro de 2003.
Na box apenas estava eu, o meu marido e a incansável Enfermeira Maria José, que com todo o seu profissionalismo, contribuiu para que eu tivesse um parto rápido, e não tivesse necessitado de ser sujeita à tão famosa episiotomia. A Rita foi de imediato colocada em cima de mim, tendo podido no primeiro minuto acariciá-la, beijá-la e fazê-la sentir a bebé mais desejada do mundo. O meu marido assistiu ao parto e embora tenso, portou-se muito bem. O ambiente era de total descontracção, e eu sem pontos, quase que estava pronta para outra (lol). Aproveitámos para pedir que nos mostrassem a placenta para que pudéssemos conhecer com algum pormenor, o casulo que acolheu a nossa bebé durante esses longos meses.
A gravidez da minha Ritinha foi bastante conturbada. Inicialmente fui muito fustigada com náuseas e vómitos, e a situação era tão grave, que eu passava horas na casa de banho, pois estava sempre indisposta e um simples movimento, era o suficiente para vomitar, o que comia e o que não comia.
Chegadas às 20 semanas essa indisposição abrandou e comecei a sentir-me substancialmente melhor.
No dia 14/06 com apenas 23 semanas apanhámos um valente susto, pois tive uma hemorragia, que nos levou ao HSM. Fui muito assustada. Sentia os pontapés da minha filha, mas sabia que algo não estava bem … estava sempre á espera que o pontapé que ela me desse fosse o último.
Quando cheguei, fui de imediato atendida, e a médica que me assistiu, ao ver a dimensão da hemorragia apenas me disse: “isto está mau”. Para minha infelicidade o telefone tocou … chamando-a para uma situação urgente que ocorria na sala de partos. Pediu-me desculpa, dizendo-me que lamentavelmente tinha que atender prioritariamente a urgência de uma grávida de 34 semanas, com uma placenta prévia.
Ok … ali fiquei deitada na marquesa de observações (de perna aberta), sentindo impotente os pontapés da minha filhota. Ouvi uma auxiliar dizer para a outra que a Dra, tinha ido fazer uma cesariana, pelo que prevendo que iria demorar, decidi levantar-me e ir ter com o meu marido que me aguardava impacientemente na sala de espera. Quando lhe contei o diálogo que tivera com a médica, ele nem queria acreditar. Ali estávamos os dois sozinhos, esperando por mais um desfecho trágico (já tinha havido outro, uns meses antes) … a minha única réstia de esperança, residia no facto, da minha filha não parar de me pontapear. A sensação foi de medo e de impotência.
Quando finalmente a médica regressou, fui novamente observada. Fizeram-me uma ecografia e verificaram que estava tudo normal. A hemorragia foi explicada pela tensão do útero. Aumentaram-me a dose de magnésio, e recomendaram-me repouso absoluto e repetição da eco, passados uns dias.
Tudo corria bem, até que, a 13 de Agosto numa ecografia de rotina (das 9 que fiz) fui alertada pelo médico de que algo se passava com a bebé, uma vez que tinha, como ele chamou, um desaceleramento de crescimento, já estando no percentil 10, bem como, uma dilatação no rim esquerdo. Para além disso, a bebé também estava com o ventrículo cerebral esquerdo em “borderline”, pelo que me disse que, se ele fosse o meu médico obstetra, me reencaminharia para as urgências do Hospital.
Fiquei muito assustada e logo decidi que no dia seguinte iria à minha médica assistente. Contudo, armada em espertinha vou à internet, tentar perceber o que seria isto, dos ventrículos em “bordeline”.
Fiquei desolada com o que li, esquecendo por completo, quer o desaceleramento, quer a dilatação. Pelo que lia, cheguei à conclusão que a minha bebé correria o sério risco de ser um bebé com uma hidrocefalia, vulgo cabeça de água, que são aquelas crianças que têm uma cabeça anormalmente grande.
Fiquei completamente desesperada, nada nem ninguém me conseguia consolar, nem mesmo a minha médica para quem telefonei em pranto.
No dia seguinte pela manhã, lá estava eu junto da minha médica, que mais uma vez me tentava explicar que até se poderia dar o caso de nos 3 meses seguintes os ventrículos não crescerem, pelo que ainda que remotamente, a minha bebé, poderia nascer saudável.
Face à análise do relatório da ecografia, a médica, não quis arriscar, tendo-me mandado ir às consultas de alto risco do Hospital de Santa Maria.
Lá fui ao Hospital levando os exames. Face ao relatório decidiram repetir a ecografia. Chegaram a conclusão que afinal se tratava de um bebé de percentil 25, pelo que não seria considerado de risco, que existia sim uma dilatação do rim, mas é normal acontecer, sem consequências de maior …. e que, efectivamente, os ventrículos estavam em borderline … o pior temia-se!!!
No fundo os ventrículos não poderiam crescer mais … e estávamos a 3 meses do parto e as medidas estavam no limite da normalidade. Perguntei que consequências poderiam advir desse problema … e a única coisa que me diziam era que os problemas podiam ser os mais variados, desde cegueira, surdez, dificuldades de aprendizagem, etc … mas que eram naquela altura imprevisíveis.
Por mais que me tentasse acalmar eu estava em pânico!!! Disseram-me que, se após o parto se confirmasse a hidrocefalia a bebé teria de ser operada para a colocação de um dreno na cabeça … eu nem queria acreditar.
Escusado será dizer, que andei com o coração nas mãos até ao dia em que a Rita nasceu!
No dia em que completava as 40 semanas, dia 06/10, fui ao HSM para uma consulta, mas em virtude de ter o colo muito verde, mandaram-me embora agendando-me a próxima consulta para o dia 14/10.
Já me sentia muito cansada mas principalmente ansiosa pela ausência de sinais de parto. A única coisa de que me queixava era das dores que tinha na zona pélvica, pois a sensação que me dava era que a Rita estava constantemente a cabecear-me (estão a ver o filme, cabeça grande, falta de espaço, cabeçadas, macaquinhos nos sótão, etc).
Como já ia nas 41 semanas e 2 dias, a minha amiga Anocas não parava de insistir, para que eu fosse ao Hospital, achava ela que aquelas “cabeçadas” que eu sentia, podiam indiciar algum sofrimento da bebé.
Como eu me recusava a ir, ela, conhecendo-me como me conhece, mudou de estratégia, e do conselho/alertas que me dava, passou para o Plano B. Optou por me provocar, obrigando-me a reagir.
Dizia-me que eu estava mas era com medo, e por isso não ia, e que estava a por em risco a saúde da minha filha …. ou seja, ela obrigou-me a ir!!!
Lá fui eu ao Hospital, mas convencida que nada me fariam, ao ponto do André ter ficado na rua a jogar á bola com os amigos, ficando a ser vigiado pela minha mãe.
Cheguei ao hospital pelas 19:00, muito calma, sem dores, sem nada. Fui observada, e eis que o médico, ao ver que estávamos perante uma gravidez de mais de 41 semanas me passa uma serie de papeis para a mão, e diz-me: pode entregar estes papeis ao seu acompanhante para fazer o seu registo de internamento, pode vestir aquela roupa, pois vai ficar internada. Ainda me tentei opor, mas não me deu quaisquer hipóteses.
O meu marido quando me viu sair com a bela da festimenta … ficou banzado … estávamos mesmo convencidos, que ainda não era o momento. Telefonei para a minha amiga (insultei-a, responsabilizei-a pelo meu internamento prematuro (lol), despedi-me do meu marido, e lá fui toda fresca para o piso (ou 5 ou 6, já não sei).
Depois do clister da praxe, dei entrada na sala de dilatação, onde fui ligada ao CTG. Ali fiquei alguns minutos, até vir a médica fazer-me o toque (que nem senti) tendo confirmado a inexistência de dilatação, pelo que, me colocou um comprimido intravaginal para acelerar o processo. Ali fiquei, a olhar para a janela e a ver anoitecer. Passado uma hora aparece um médico para ver a evolução da Senhora do lado, que já ali estava há horas, pelo que aproveitei para lhe dizer que não tinha quaisquer dores, mas que a posição em que me encontrava, e a única que permitia os registos do CTG (estava de barriga para cima) me era bastante desconfortável. Com um tom de gozo respondeu-me, pensando que eu seria mãe de 1ª viagem: ai não lhe dói? Vai ver que daqui a nada, não diz o mesmo!!. Claro que nem valia a pena responder.
Limitei-me a virar-me de lado, pois já estava a ficar toda dormente. Naquela posição, o registo do CTG não era possível, pelo que, a enfermeira (Maria José) optou por fazer a monitorização interna.
Passado alguns minutos comecei a sentir algumas contracções perfeitamente toleráveis. Passados breves momentos sinto "algo" a escorrer por mim abaixo … tinham-me rebentado as águas. A enfermeira veio ver, e disse-me que eu já tinha 4 dedos de dilatação, perguntando-me se eu já tinha dores. Respondi-lhe que sim … mas que eram ligeiras. Foi-me então explicado, que poderia, se assim entendesse, levar a epidural, mas que isso atrasaria o parto. Assim que ouvi a palavra atrasar …. recusei logo a aplicação da epidural. Eu já não ia muito convencida, só de pensar na agulha … até me arrepiava, quanto mais ainda, atrasar o trabalho de parto. Ficou decidido … não levaria epidural.
Entretanto, as contracções lá iam aumentando de intensidade, mas eu sou uma pessoa que tolero com alguma facilidade/calma a dor. A Enfermeira disse-me, olhe Filipa como está a portar-se tão bem (lol), vou chamar o seu marido, mas vou colocar-lhe aqui no soro, uma coisa para a Filipa descansar. (descansar?'')
Se querem saber, eu só prestei atenção à parte em que me disse que iria chamar o meu marido. Passados poucos minutos, lá veio o meu marido, que sentado ao meu lado, me ia dando indicações de quando é que vinha mais uma contracção, e qual a sua intensidade, pois o CTG regista a contracção antes de nós a sentirmos. Estive ali alguns minutos, com algumas contracções bastantes fortes. A minha reacção era estar encolhida e ir-me embalando (é uma reacção que tenho, que me acalma, e faz com que não perca o controlo). As contracções eram puxadas, e eis que sinto uma impressão, parecida à necessidade de fazer có-có. Digo à enfermeira, ao que me responde, não me diga que a bebé já está a nascer? Eu respondo, não … ainda falta!! Deixe lá ver, responde-me ela. Nesse instante começou a dizer-me: vamos lá embora para a sala de partos a sua bebé está quase a nascer. Eu nem queria acreditar. Já? Lá mandou o meu marido sair da sala, para que eu fosse (a pé) para a sala de partos. Nessa altura, é que eu posso dizer que senti dores a sério, parecia que toda eu ... ia a rebentar.
Entrei na Box, deitei-me na cama de partos e só houve tempo para esperar por duas ou três contracções que acompanhadas com muita força fizeram com que a minha Rita nascesse pelas 01:00 horas, daquele dia 13 de Outubro de 2003.
Na box apenas estava eu, o meu marido e a incansável Enfermeira Maria José, que com todo o seu profissionalismo, contribuiu para que eu tivesse um parto rápido, e não tivesse necessitado de ser sujeita à tão famosa episiotomia. A Rita foi de imediato colocada em cima de mim, tendo podido no primeiro minuto acariciá-la, beijá-la e fazê-la sentir a bebé mais desejada do mundo. O meu marido assistiu ao parto e embora tenso, portou-se muito bem. O ambiente era de total descontracção, e eu sem pontos, quase que estava pronta para outra (lol). Aproveitámos para pedir que nos mostrassem a placenta para que pudéssemos conhecer com algum pormenor, o casulo que acolheu a nossa bebé durante esses longos meses.
A minha Rita era realmente pequenina, media 47,5 cm e pesava, 3,075 grs, mas aparentemente … o seu perímetro cefálico de apenas 34 cm era perfeitamente normal.
Durante o meu internamento, insisti várias vezes para que o pediatra a sujeitasse a exames mais específicos, para confirmar ou não, a questão dos ventrículos em “borderline”. Fiquei chocada com a indiferença perante uma situação que poderia ser tão complicada.
Eu não conseguia aceitar que se limitassem a olhar apenas para o exterior, e que desta forma tão leviana pudessem avaliar a situação.
Claro está … que tive que me impor … e dar-lhes a conhecer o meu mau feitio (lol) e o que disse foi mais ou menos isto: Eu não saio daqui sem que me assegurem através de um exame mais específico que está tudo bem com a minha bebé. Não foi de imediato atendido este meu, “pedido” mas só saí do hospital com uma ecografia cerebral agendada para o dia 23/10, onde confirmaram que os ventrículos estavam com valores normais … e por isso eu poderia dizer com orgulho …. Que a minha menina era uma bebé saudável!!!!
NB – Nem imaginam a forma indignada como a minha médica recebeu a notícia que eu não tinha levado a epidural. Quase me insultou. Não entendeu o facto como um acto de coragem, mas sim como um acto de ignorância. Prometi-lhe que à 3ª é que seria de vez (lol)!
NB2 – A enfermeira Maria José após a realização do parto, ao empurrar a maca onde eu me encontrava, acabou por cortar um dedo, tendo levado alguns pontos. Este triste episódio foi relevante para o desenrolar do parto que tive do Diogo!!
Durante o meu internamento, insisti várias vezes para que o pediatra a sujeitasse a exames mais específicos, para confirmar ou não, a questão dos ventrículos em “borderline”. Fiquei chocada com a indiferença perante uma situação que poderia ser tão complicada.
Eu não conseguia aceitar que se limitassem a olhar apenas para o exterior, e que desta forma tão leviana pudessem avaliar a situação.
Claro está … que tive que me impor … e dar-lhes a conhecer o meu mau feitio (lol) e o que disse foi mais ou menos isto: Eu não saio daqui sem que me assegurem através de um exame mais específico que está tudo bem com a minha bebé. Não foi de imediato atendido este meu, “pedido” mas só saí do hospital com uma ecografia cerebral agendada para o dia 23/10, onde confirmaram que os ventrículos estavam com valores normais … e por isso eu poderia dizer com orgulho …. Que a minha menina era uma bebé saudável!!!!
NB – Nem imaginam a forma indignada como a minha médica recebeu a notícia que eu não tinha levado a epidural. Quase me insultou. Não entendeu o facto como um acto de coragem, mas sim como um acto de ignorância. Prometi-lhe que à 3ª é que seria de vez (lol)!
NB2 – A enfermeira Maria José após a realização do parto, ao empurrar a maca onde eu me encontrava, acabou por cortar um dedo, tendo levado alguns pontos. Este triste episódio foi relevante para o desenrolar do parto que tive do Diogo!!
7 comentários:
filipa graças a deus a rita e uma menina linda e saudavel.depois de tanto medo beijinhos angelina
Acima de tudo o que interessa é que a Ritinha é uma menina saudável mesmo depois de tão atribulada gestação.
Jocas tranquilas ;-)
Nao me quero imaginar nessa situacao sequer!
Acho que ficava apanhadinha de todo!!!
Ainda digo eu que a minha gravidez nao foi boa..vai la vai:(
Acho muito bem que tenhas dado a conhecer o teu mau feitio.LOL
Teria feito a mesma coisa.
E fiquei muito feliz por tudo ter "acabado" tao bem e por a Rita ser uma bebe saudavel e linda!!!
**Mais uma coisa em comum:Agulhas...que MEDOOOO!!! ehehehe
Tambem nao levei epidural :)
Ah...e gostei da tua foto...tavas bem gravida! Que barriga :)
Depois de todo o receio felizmentetens umamenina linda e saudavel...e bem verdade quando nos dizem que quanto mais sabemos pior, mais nos preocupamos, mas aomenos nao ficamos totos perante nomes estranhos que os medicos nos dizem sem nos explicar o sentido desses palavroes.
Beijinhos
E pronto! O tempo passou tão depressa que até faz impressão...´
As mães passam cada coisa quando estão grávidas... é só stress!!
A verdade é que ela já nasceu lindinha e cheia de saúde, Graças a Deus.
Muitas beijocas para a Rita!!
ui, ui, ui que sofrimento... ainda bem que tudo correu bem e que a Ritinha está cá é perfeitinha e muito saudável.
beijocas grandes
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