Já algumas semanas que o André me pediu para lhe procurar os livros do 6º ano pois queria regressar à escola. Já não ligo nenhuma (aparentemente) a estas conversas, pois já as ouvi uns milhares de vezes. Não passa de pseudo intenções e de música para os meus ouvidos (ele sabe que eu acho que sem formação não se vai longe), e por isso, levou anos a dizer-me, o que sabia que eu gostava de ouvir, esquecendo-se contudo, que eu preferia que ele as concretizasse, o que nunca sucedeu.
Agora voltou ao mesmo assunto.
Procurei os livros (mas para quê, se estou convicta que ele não vai estudar coisa nenhuma?), e mais uma vez, constatei que quase todos os manuais estão em dobo, pois ele estava permanentemente a perdê-los, e nós a comprar-lhos. Dias ou semanas mais tarde, lá apareciam em casa de amigos, ou aparecia com livros que tirava aos colegas ... enfim, as histórias do costume, que tantos conflitos provocou!!!
Assim, tenho livros suficientes para lhe dar a ele, e ficar com outros para guardar e servirem mais tarde para consulta por parte da Rita e do Diogo.
Contudo, ele pede-me para além dos livros, 4 manuais de revisões que tem a matéria toda sintetizada e inúmeros exercícios de avaliação, manuais importantes para quem de facto quer estudar ( e que comprei para o ajudar a estudar para ir a exame final), e por isso (penso eu) manuais que serão uteis para a Rita e para o Di.
Estão naqueles manuais investidos cerca se 50,00€ ou mais, pelo que temo facultar-lhos, e ver que num instante vão desaparecer, pois, em conversa comigo lá me confidenciou que a namorada queria ir fazer o 7º, 8º e 9º anos, num ano ( não conseguem transitar de ano, chumbam todos os anos, mas depois acham-se com capacidade para fazer 3 anos num só!!!!, enfim) e também precisava de rever a mátéria, pelo que, fiquei com a nítida sensação, que os livros servirão a namorada e não ele.
Falei com o meu marido, pois se por um lado não me apetece ficar sem os livros (pois fomos nós que os comprámos) por outro, também reconheço que os comprámos para ele, pelo que me sinto mal em não lhos dar!!! (ok, eu sou de facto muito complicada)!!!
Ou seja, lá estou eu nas minhas indecisões ... se por um lado tenho consciência que os comprei para ele (são por isso dele), por outro, não me apetece ficar sem eles, para que seja a namorada a usá-los, e eu daqui a uns anos ter de os ir comprar para servirem de manuais de apoio para a Rita e para o Di!!!
O meu marido, olha pra mim e diz-me: mas olha lá, mas tu achas que alguma vez na vida ele quer estudar? mas tu ainda te dás ao trabalho de andar na garagem à procura de livros e alimentares essa conversa???? Tu não aprendes!!!
Seria tudo bem mais fácil, se eu lhos desse, e soubesse que mais tarde os recuperaria, o pior é que os relacionamentos dele acabam sempre mal, pelo que ele (e eu por arrasto) fico sempre sem as coisas que disponibilizei!!!!
Enfim .... ando numa de dou?, não dou? como me sentirei se não der? e como me sentirei se der?
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Hoje voltou a pedir-me para ir ter com ele para passearmos!!!! O pior é que estes convites só me deixam irritada por "ver" que ele continua numa de passear!!!! Mas quem é que vive sem trabalho??? Oh valha-me Deus isto complica-me com o sistema nervoso!!!
2 comentários:
Caramba... que confusão mesmo Filipa.
Epá, sempre estiveste tão decidida em relação à estratégia a adoptar em relação ao André e agora estás a vacilar???? O André é novinho mas, já não é um bebe. Voçês deram-le as ferramentas necessárias para vencer e vingar na vida. estás segura que sim, não estás? Agora é com ele. Dizes que tens receio que lhe aconteca algo... todos os pais tem. O "acontecer algo" não está nas tuas mãos; é algo que não controlas nem tens poder para isso. Por vezes essas coisas acontecem com jovens que eram conhecidos como muito bons e tranquilos. O teu marido é diferente de ti, sempre o foi e mantiveste-te ao lado dele ao longo destes anos todos. É assim que as coisas são, uma balança com equilibrio. Nem quero pensar nas consequências de serem iguais. ou seriam muito bonzinhos ou terrivelmente maléficos, não haveria equilibrio. E aposto que, como a maior parte dos Homens, esse afastamento e essa frieza é só um mecanismo de defesa e uma dificuldade enorme de lidar com o sofrimento que a situação do filho lhe provoca. Acho também que ficaste muito afectada pela opinião e julgamento das pessoas que há anos vens esperando que olhem para o Andre como neto e não como incómodo. O julgamento deles atingiu-te no coração mas, sabes que mais? não ligues, faz o que tens a fazer que, mais tarde ou mais cedo, o julgamento virá. Sei lá... tenta conversar abertamente com o teu marido, sobre o que pensas e o que sentes, não sofras sózinha e ele um dia também te vai agradecer por o obrigares a envolver-se mais, vais ver...!
Quanto ao André, às vezes é necessário descermos ao fundo do poço para começar a subir e reconstruír tudo a partir do nada.
Beijossssssss grandes, animo e desculpa o testamento
Caramba... que confusão mesmo Filipa.
Epá, sempre estiveste tão decidida em relação à estratégia a adoptar em relação ao André e agora estás a vacilar???? O André é novinho mas, já não é um bebe. Voçês deram-le as ferramentas necessárias para vencer e vingar na vida. estás segura que sim, não estás? Agora é com ele. Dizes que tens receio que lhe aconteca algo... todos os pais tem. O "acontecer algo" não está nas tuas mãos; é algo que não controlas nem tens poder para isso. Por vezes essas coisas acontecem com jovens que eram conhecidos como muito bons e tranquilos. O teu marido é diferente de ti, sempre o foi e mantiveste-te ao lado dele ao longo destes anos todos. É assim que as coisas são, uma balança com equilibrio. Nem quero pensar nas consequências de serem iguais. ou seriam muito bonzinhos ou terrivelmente maléficos, não haveria equilibrio. E aposto que, como a maior parte dos Homens, esse afastamento e essa frieza é só um mecanismo de defesa e uma dificuldade enorme de lidar com o sofrimento que a situação do filho lhe provoca. Acho também que ficaste muito afectada pela opinião e julgamento das pessoas que há anos vens esperando que olhem para o Andre como neto e não como incómodo. O julgamento deles atingiu-te no coração mas, sabes que mais? não ligues, faz o que tens a fazer que, mais tarde ou mais cedo, o julgamento virá. Sei lá... tenta conversar abertamente com o teu marido, sobre o que pensas e o que sentes, não sofras sózinha e ele um dia também te vai agradecer por o obrigares a envolver-se mais, vais ver...!
Quanto ao André, às vezes é necessário descermos ao fundo do poço para começar a subir e reconstruír tudo a partir do nada.
Beijossssssss grandes, animo e desculpa o testamento
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