É nestas alturas que as minhas capacidades são postas à prova .... e o resultado é que eu deveria era ter dado continuidade à frequência do colégio de freiras onde a minha mãe fez o favor de me colocar.
Eu explico melhor ... como em todos os lares é necessário irmos às compras afim de comprarmos a paparoca para os dias seguintes. Pessoalmente não estabeleço nenhum prazo, seja semanal, quinzenal ou até mensal para as fazer, preferindo ir, quando efectivamente entendo que algo importante me faz falta.
Aproveito a maior parte das vezes, para ir ao Hipermercado enquanto a minha filha está na escola, pois assim, só levo o Di. Como ontem tive preguiça, decidi ir hoje com as duas pestinhas atrás ... e o resultado foi uma tragédia. Começo por ter que colocar os dois na carrinha, chego ao parque de estacionamento e toca de desapertar os cintos das respectivas cadeiras para os por no chão. Chegados ao chão há que agarrar os dois, alertando para o facto de haver carros, etc ... um puxa para um lado, o outro para o outro, eu começo a ficar nervosa, com vontade de dar um grito, coisa que em casa não faço poucas vezes, mas convinhamos que em publico era um bocadito desagradável.
Amançadas as feras, chega a altura de tirar o carrinho do supermercado. Coloco o Di no assento do carrinho, e eis que começa logo a argumentar que não quer ficar ali porque quer ir com a Rita, e porque é que a Rita não vai com ele lá dentro. A Rita para dar uma ajudinha diz ... "Oh mãe quando chegarmos lá dentro eu quero um cestinho para empurrar!!! ... Eu bem tenho fazer caretas e sinais para que não dê ideias tristes ao irmão, pois assim também ele quer um cestinho para empurrar, o que origina muitos produtos no chão, e muitas pernas cheias de negras, senão decepadas, pois ele não olha para nada e bate com o cesto em tudo quanto é sitio.
Lá me decido a por a Rita também dentro do carrinho. Imaginam o carrinho ... são quase sempre empenados, pois empurramos para a direita e eles vão para a esquerda, agora com 30 kilos lá dentro ... enfim, ... lá vou pensando, "aguenta-te pois tens de conseguir" ... pois se não for eu, as compras não têm como chegar a casa.
Entramos no hipermercado, e começo a tirar os produtos das prateleiras, até que entendo que é melhor a Rita vir para o chão pois ela e as compras já se debatem dentro do carrinho. Rita no chão e começa o Di ... " eu também quero ir para o chão", estava-se mesmo a ver, ...por minutos tento convencê-lo que é melhor não, pois assim tenho que empurar o carro e andar a correr a trás dos dois, e ele sem me ouvir, começa a querer levantar-se. Vendo que assim poderia cair, lá o ponho no chão (Ok mais uma vez ele venceu, e eu quis-lhe dar o beneficio da duvida).
Começa um verdadeiro filme não sei se de drama se de comédia. A Rita começa ... "mae vais comprar os donuts que prometeste não vais?". Lá vou eu empurrando o estupor do carrinho e pelo meio dizendo ... "sai dai Di, olha que isso cai", ... "Não ponhas os pés em cima do expositor" ... "Não dês pontapés nas paletes do leite", enfim.
Chegados aos abençoados donuts, um quer donuts berlim e o outro donuts de chocolate, e eu lá ia dizendo "...porque é que não levamos destes caseiros que são muito melhores, e omitindo que para além de melhores, eram substancialmente mais baratos. A Rita ao fim de algum tempo lá se convenceu. O Di pelo contrário, desata aos gritos que não gosta daqueles, mandando-se para o chão e dizendo ao mesmo tempo "...não gosto de ti, parva".
Bem, eu já estava possessa, e sem saber, se fazia de conta que não ouvia, ou se me impunha ... e tentando manter-me calma, dizer " Di isso não se diz, estás a ser muito mal educado". O que na verdade me apetecia fazer, era dar-lhe uma palmada para que acabasse com a gritaria, e não trazer donuts nenhuns, mas utilizei outra estratégia ... pedi à senhora que me embrulhasse 1 donuts caseiro, dei um bocadinho à Rita, o que deu origem a que o Birrento se esquecesse da birra e começasse também ele a pedir. Ufa .. pensei eu, já o consegui calar, e para quem não gostava não estava nada mal pois até se lambia!!!.
Lá vou frenética para a zona das frutas... pois eles mexeram em tudo, um puxava uma banana, outro uma maça ... eu ia dizendo: "por favor, eu combinei com vocês que se iriam portar bem, para que eu fizesse as compras não foi?". Ambos abanavam a cabeça afirmativamente, mas, no segundo a seguir, lá vinham com um limão ou um tomate. Lá me lembrei que era melhor entrete-los, pelo que, ia tirando as frutas para um saco pedindo-lhes que as levassem a senhora da balança para pesar. Resultado: enquanto era a vez do Di tudo corria às mil maravilhas mas quando chegava a vez da Rita, o Di puxava pelo saco, empurrava a irmã, chamava-lhe nomes, e lá ia eu a correr, tentar acabar com a guerra.
As pessoas vão se rindo, achando-lhes muita graça, principalmente ao Di, que tem sempre que levar a melhor e diz imperativamente à Rita: ... Rita isso é meu!!!!. Chegámos à charcutaria ... começo eu ... "Rita tira as mãos do vidro, "Diogo não subas para ai que ainda cais" ... "Diogo não puxes as senhas" ... "Rita olha que te entalas" ... de repente ... ouve-se um choro... foi o Di que caiu, pois não fez caso do aviso que lhe fizera ... chorou, berrou, esperneou, aparecendo grossas lagrimas a escorrer pela face. Uma senhora lá dizia: "eles têm que aprender por eles não ouvem nada do que lhes dizemos!".
Lá fiquei è espera da minha vez com o Di ao colo, que pesa chumbo. Etapa final, dirigir-e para a caixa já em suores. Pensava eu que a saga tinha terminado e eis que ao pé das caixas, estategicamente colocadas estão umas embalagens replectas de pintarolas e com uns bonecos encantadores no topo ... os olhos do Di até brilharam ... desata a correr e apanha umas tantas dizendo para a irmã ... "Rita olha toma estas são pa ti". Eu não tinha ali nenhum espelho mas já me sentia transfigurada e a fumegar por todos os meus poros. Mais uma vez pensei, tem calma, não te enerves mais, por favor não grites senão têm de evacuar o hipermercado, é só mais m esforço para explicares às criancinhas que não se pode levar tudo o que lhes apetece, e num instante as compras acabam.
Lá consegui manter uma calma aparente, lá os convenci e somente trouxe, para alegria deles, os belos dos donuts.
Novamente, poê meninos na carrinha, aperta os cintos, põe compras no porta bagagens e toca a sair do estacionamento. Começam em coro ... "Mãaaeeee vamos aos baloicos!!!" ... nem pensar já é tarde, e eu tenho as compras para arrumar, e eles continuavam ... "Vá lá é só um bocadinho" ... nem pensar eu tenho coisas para fazer, vamos amanhã com o pai". A Rita convenceu-se, pelo contrário o Di desatou num pranto que eu estava a ver que ainda tinha um acidente de viação.
Oh valha-me Deus ... eles são tão queridos, mas dão cá uma trabalheira, e uma canseira! É que sozinhos são uns santinhos, agora os dois juntos é de fugir. Abençoadas mães que com uma prol de 4,5, e mais crianças acham que não é tarefa dificil!!!! Ufa ... só estes dois conseguem dar cabo de mim!!
Para a próxima, tenho é que vencer a preguiça e ir só com um às compras, porque assim não é de todo possível. A outra solução é fazer as compras ao domingo deixando as crianças com o pai, mas como sou ti-nó-ni da cabeça tenho a mania de deixar o domingo apenas para o lazer, pois é único dia que temos para estarmos com a família. Enfim manias ........!!!!