Dado o meu último post a primeira coisa a fazer seria solicitar a emissão do Cartão de Cidadão. Em virtude de ele não ter BI para apresentar (já que segundo ele, perdeu-o) só pode solicitar a emissão se:
- se apresentar com os originais dos BI dos pais (pai e mãe), ou
- se se fizer acompanhar por um dos progenitores ou familiares directos.
Assim, e porque (infelizmente) não confio nele para lhe poder facultar os nossos BI´s, só me resta levá-lo pela mão a uma Loja do cidadão, ou a uma conservatória.
Como era sexta-feira e o pai tinha que trabalhar, deixou-o com os avós, com a indicação de que trataríamos desse assunto na próxima segunda-feira.
Passadas umas horas, liga-me a minha mãe, muito pesarosa, a informar que o André não parava de lhe ligar, pois estava prestes a ir para a rua, já que a dona do quarto que ele ocupa, lhe dissera que, ou ele pagava hoje mesmo 50,00€, ou punha-lhe as coisas à porta. Dizia-me ela: ” …logo agora que ele manifesta vontade de trabalhar, como é que pode faze-lo se for para a rua!!!”
Claro está que estas afirmações me deixam completamente desconcertada e com vontade de ir à linha de comboio mais próxima e por a cabeça nos carris!!!
Infelizmente a minha mãe, passados tantos anos destas manipulações e chantagens emocionais continua a sentir-se sensível a elas, pese embora quando chamada à razão, chegue sempre à conclusão que estas afirmações não passam de mais um plano para lhe sacar mais uns €€€€!!
De facto, se a situação em si já é delicada e desgastante, o facto de ter de andar diariamente a relembrar à minha mãe tudo o que ele nos tem feito a nós, mas principalmente a ela, me deixa extenuada!
Enfim, segundo ela, acabaram o diálogo com ela a dizer que não o ajudava, e ele a incutir-lhe sentimentos de culpa (com que ela continua a ter muita dificuldade em lidar).
No fundo este telefonema dele foi quase como uma ameaça. A mensagem que pretendeu transmitir foi de que, ou lhe eram dados os €€€ que necessitava para pagar o quarto (podendo ser ou não ser para esse efeito, claro,) ou então já não poderia ir trabalhar. E como ele ir trabalhar, tem sido desde há uns anos a nossa luta, a ameaça consistiria no: “ou me dão dinheiro, ou eu não vou trabalhar, e vocês querem que eu vá? não querem???
Passados uns minutos recebo um SMS de um telemóvel desconhecido, em que me pediam para ligar para o André pois ele estava mal.
Liguei, mas a chamada foi recusada. Mais uma vez fiquei convencida, que estava a assistir a mais um capítulo de uma novela mexicana, que embora de péssimo gosto e qualidade não deixara de ser pensada ao pormenor.
Domingo, liga-me, diz-me que não quer ficar onde está, (se bem que há 3 dias antes não queria deixar a zona), pelo que, para não estarmos com confusões de tirar passe e comprar senha, o melhor seria ele pernoitar cá em casa durante a semana!!!!!
Ou seja, alvitrou essa hipótese como sendo a melhor solução para resolver a situação do passe, omitindo que esta seria para ele uma opção forçada, visto que estaria prestes e ser posto na rua, por não ter pago a mensalidade a que se propusera.
Disse-lhe que mais uma vez a porta de casa estava aberta desde que ele viesse com intenções serias de se fazer um homem e trabalhar, porque fazer cá de casa a “pensão estrelinha” estava fora de questão. Ele assumiu a responsabilidade de atinar e começar a trabalhar com o pai.
Pediu-me para o ir buscar, pois tinha roupa para trazer. Recusei. Ando há anos a fazer e a desfazer-lhe as malas … estou cansada!!! Disse-lhe que arranjasse uma mala com o indispensável para os próximos dias e que durante a semana trataríamos de recolher as restantes “tralhas”. Ficou de apanhar a camioneta e vir ter a casa.
Entretanto, recebo um telefonema da minha mãe, dizendo-me já saber que ele viria cá para casa, mas que ele, gastara os 20,00€ que o pai lhe dera na quinta-feira, pelo que lhe estava a pedir dinheiro emprestado, pois já sabia que o pai se iria chatear por ele ter gasto o dinheiro. Pretendia a minha mãe saber o que fazer (desta vez lembrou-se de me consultar primeiro e fazer depois).
Passei o telefone ao G., que mais uma vez, manifesta excessivo nervosismo e arrependimento por se ter lembrado de lhe formular o convite para trabalhar com ele, tendo recomendado à minha mãe que não lhe desse dinheiro algum, pois ele devia ter-se lembrado que o pai se chatearia antes de ter gasto o dinheiro e não depois. Se gastou, então tem de ser homenzinho para o assumir o facto perante o pai.
Mais uma vez, vemo-nos embrenhados numa teia de contactos. Para nós telefona para umas coisas, para a minha mãe telefona para outras, afim de lhe safarmos dos problemas, continuando contudo a cria-los sem qualquer constrangimento ou respeito por aqueles que depois se vêem obrigados a ajudar a resolver a situação. A situação passa normalmente por gastarmos muitos €€€, sendo que quando se sente novamente confortável, decide que está na hora de mais uma vez abandonar o lar, sendo o nosso investimento nele, deitado à rua.
Domingo deveria ter aparecido em casa, mas não o fez, não tendo dado qualquer justificação.
Apareceu segunda-feira após o almoço, com o saco com a roupa para lavar.
O pai, não consegue evitar o nervosismo e a revolta. Continuamos a depararmo-nos com situações que não se justificam. Deparamo-nos com dúvidas e incertezas que não passa pela cabeça de ninguém. Antes de ele cá chegar, tivemos de dar uma volta a casa para guardarmos tudo o que pudesse ter interesse para ele, e pudesse assim desaparecer (nomeadamente o mealheiro dos miúdos, entre outros).
Terça-feira de madrugada, fui acordá-lo para que se vestisse para ir trabalhar. Ele acordou normalmente e lá foram. Trabalharam somente de manhã. O André revelou algum cansaço, e reporta-nos ter muito frio (um frio completamente desadequado às temperaturas onde se encontra, pelo que a curto prazo terá de ir realizar análises, pois é bem possível que estes meses fora de casa e com uma alimentação quase inexistente tenha provocados danos).
Manteve-se em casa, na tarde de ontem, calmo, tendo saído somente para ver mais uma triste exibição do seu Clube.
Em segredo, pediu à Rita que lhe arranjasse dinheiro. (fiz de conta que não tinha tido conhecimento desta situação, mas havendo mais algum pedido, terei forçosamente de intervir, pois não são pedidos que se formule a uma criança de 6 anos).
O pai deu-lhe dinheiro para que fosse ontem ao café e comprasse tabaco. O resto das despesas serão suportadas por nós. No final do mês (isto, se ele continuar) teremos de pensar no valor que lhe vamos pagar. Provavelmente canalizaremos parte dele para a inscrição na escola de condução.
Espero sinceramente, que seja desta que ele aproveite esta oportunidade, porque realmente, estes últimos anos têm sido muito penosos … e se nós como pais sofremos, ele não terá sofrido menos!!!
Deparámo-nos com uma situação delicada. Todos na loja mexem na caixa registadora. Nós não temos confiança no André para lhe permitir que o faça, até porque já esteve em inúmeros estabecimentos onde infelizmente “desviou” dinheiro. É vergonhoso, mas é a verdade. Ora, não podemos dar-nos ao luxo de estarmos a ser roubados, mas ao mesmo tempo seria humilhante para ele, permitir que todos mexam, à excepção dele.
O que fazer? Arriscamos e permitimos? ou jogamos pelo seguro e impedimos?
Optámos por arriscar, por lhe dar-mos mais uma oportunidade de aos poucos virmos a confiar nele. Temos medo, pois a esperança que ele não mexa é muito ténue, mas se o convidámos para trabalhar, temos de o tratar de igual modo, como tratamos os restantes colaboradores. Espero sinceramente que ele esteja à altura da situação e que não nos desaponte … mais uma vez!!
- se apresentar com os originais dos BI dos pais (pai e mãe), ou
- se se fizer acompanhar por um dos progenitores ou familiares directos.
Assim, e porque (infelizmente) não confio nele para lhe poder facultar os nossos BI´s, só me resta levá-lo pela mão a uma Loja do cidadão, ou a uma conservatória.
Como era sexta-feira e o pai tinha que trabalhar, deixou-o com os avós, com a indicação de que trataríamos desse assunto na próxima segunda-feira.
Passadas umas horas, liga-me a minha mãe, muito pesarosa, a informar que o André não parava de lhe ligar, pois estava prestes a ir para a rua, já que a dona do quarto que ele ocupa, lhe dissera que, ou ele pagava hoje mesmo 50,00€, ou punha-lhe as coisas à porta. Dizia-me ela: ” …logo agora que ele manifesta vontade de trabalhar, como é que pode faze-lo se for para a rua!!!”
Claro está que estas afirmações me deixam completamente desconcertada e com vontade de ir à linha de comboio mais próxima e por a cabeça nos carris!!!
Infelizmente a minha mãe, passados tantos anos destas manipulações e chantagens emocionais continua a sentir-se sensível a elas, pese embora quando chamada à razão, chegue sempre à conclusão que estas afirmações não passam de mais um plano para lhe sacar mais uns €€€€!!
De facto, se a situação em si já é delicada e desgastante, o facto de ter de andar diariamente a relembrar à minha mãe tudo o que ele nos tem feito a nós, mas principalmente a ela, me deixa extenuada!
Enfim, segundo ela, acabaram o diálogo com ela a dizer que não o ajudava, e ele a incutir-lhe sentimentos de culpa (com que ela continua a ter muita dificuldade em lidar).
No fundo este telefonema dele foi quase como uma ameaça. A mensagem que pretendeu transmitir foi de que, ou lhe eram dados os €€€ que necessitava para pagar o quarto (podendo ser ou não ser para esse efeito, claro,) ou então já não poderia ir trabalhar. E como ele ir trabalhar, tem sido desde há uns anos a nossa luta, a ameaça consistiria no: “ou me dão dinheiro, ou eu não vou trabalhar, e vocês querem que eu vá? não querem???
Passados uns minutos recebo um SMS de um telemóvel desconhecido, em que me pediam para ligar para o André pois ele estava mal.
Liguei, mas a chamada foi recusada. Mais uma vez fiquei convencida, que estava a assistir a mais um capítulo de uma novela mexicana, que embora de péssimo gosto e qualidade não deixara de ser pensada ao pormenor.
Domingo, liga-me, diz-me que não quer ficar onde está, (se bem que há 3 dias antes não queria deixar a zona), pelo que, para não estarmos com confusões de tirar passe e comprar senha, o melhor seria ele pernoitar cá em casa durante a semana!!!!!
Ou seja, alvitrou essa hipótese como sendo a melhor solução para resolver a situação do passe, omitindo que esta seria para ele uma opção forçada, visto que estaria prestes e ser posto na rua, por não ter pago a mensalidade a que se propusera.
Disse-lhe que mais uma vez a porta de casa estava aberta desde que ele viesse com intenções serias de se fazer um homem e trabalhar, porque fazer cá de casa a “pensão estrelinha” estava fora de questão. Ele assumiu a responsabilidade de atinar e começar a trabalhar com o pai.
Pediu-me para o ir buscar, pois tinha roupa para trazer. Recusei. Ando há anos a fazer e a desfazer-lhe as malas … estou cansada!!! Disse-lhe que arranjasse uma mala com o indispensável para os próximos dias e que durante a semana trataríamos de recolher as restantes “tralhas”. Ficou de apanhar a camioneta e vir ter a casa.
Entretanto, recebo um telefonema da minha mãe, dizendo-me já saber que ele viria cá para casa, mas que ele, gastara os 20,00€ que o pai lhe dera na quinta-feira, pelo que lhe estava a pedir dinheiro emprestado, pois já sabia que o pai se iria chatear por ele ter gasto o dinheiro. Pretendia a minha mãe saber o que fazer (desta vez lembrou-se de me consultar primeiro e fazer depois).
Passei o telefone ao G., que mais uma vez, manifesta excessivo nervosismo e arrependimento por se ter lembrado de lhe formular o convite para trabalhar com ele, tendo recomendado à minha mãe que não lhe desse dinheiro algum, pois ele devia ter-se lembrado que o pai se chatearia antes de ter gasto o dinheiro e não depois. Se gastou, então tem de ser homenzinho para o assumir o facto perante o pai.
Mais uma vez, vemo-nos embrenhados numa teia de contactos. Para nós telefona para umas coisas, para a minha mãe telefona para outras, afim de lhe safarmos dos problemas, continuando contudo a cria-los sem qualquer constrangimento ou respeito por aqueles que depois se vêem obrigados a ajudar a resolver a situação. A situação passa normalmente por gastarmos muitos €€€, sendo que quando se sente novamente confortável, decide que está na hora de mais uma vez abandonar o lar, sendo o nosso investimento nele, deitado à rua.
Domingo deveria ter aparecido em casa, mas não o fez, não tendo dado qualquer justificação.
Apareceu segunda-feira após o almoço, com o saco com a roupa para lavar.
O pai, não consegue evitar o nervosismo e a revolta. Continuamos a depararmo-nos com situações que não se justificam. Deparamo-nos com dúvidas e incertezas que não passa pela cabeça de ninguém. Antes de ele cá chegar, tivemos de dar uma volta a casa para guardarmos tudo o que pudesse ter interesse para ele, e pudesse assim desaparecer (nomeadamente o mealheiro dos miúdos, entre outros).
Terça-feira de madrugada, fui acordá-lo para que se vestisse para ir trabalhar. Ele acordou normalmente e lá foram. Trabalharam somente de manhã. O André revelou algum cansaço, e reporta-nos ter muito frio (um frio completamente desadequado às temperaturas onde se encontra, pelo que a curto prazo terá de ir realizar análises, pois é bem possível que estes meses fora de casa e com uma alimentação quase inexistente tenha provocados danos).
Manteve-se em casa, na tarde de ontem, calmo, tendo saído somente para ver mais uma triste exibição do seu Clube.
Em segredo, pediu à Rita que lhe arranjasse dinheiro. (fiz de conta que não tinha tido conhecimento desta situação, mas havendo mais algum pedido, terei forçosamente de intervir, pois não são pedidos que se formule a uma criança de 6 anos).
O pai deu-lhe dinheiro para que fosse ontem ao café e comprasse tabaco. O resto das despesas serão suportadas por nós. No final do mês (isto, se ele continuar) teremos de pensar no valor que lhe vamos pagar. Provavelmente canalizaremos parte dele para a inscrição na escola de condução.
Espero sinceramente, que seja desta que ele aproveite esta oportunidade, porque realmente, estes últimos anos têm sido muito penosos … e se nós como pais sofremos, ele não terá sofrido menos!!!
Deparámo-nos com uma situação delicada. Todos na loja mexem na caixa registadora. Nós não temos confiança no André para lhe permitir que o faça, até porque já esteve em inúmeros estabecimentos onde infelizmente “desviou” dinheiro. É vergonhoso, mas é a verdade. Ora, não podemos dar-nos ao luxo de estarmos a ser roubados, mas ao mesmo tempo seria humilhante para ele, permitir que todos mexam, à excepção dele.
O que fazer? Arriscamos e permitimos? ou jogamos pelo seguro e impedimos?
Optámos por arriscar, por lhe dar-mos mais uma oportunidade de aos poucos virmos a confiar nele. Temos medo, pois a esperança que ele não mexa é muito ténue, mas se o convidámos para trabalhar, temos de o tratar de igual modo, como tratamos os restantes colaboradores. Espero sinceramente que ele esteja à altura da situação e que não nos desaponte … mais uma vez!!
2 comentários:
Boa sorte!
É como se estivessem na corda bamba!
Beijinhos
Resta-me desejar que corra tudo bem e que ele aproveite esta oportunidade com unhas e dentes.
Bjs
susana
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