Sábado, 08.00h, toca o telefone. Era o G, que tinha entrado ao trabalho às 6:00 da manhã, pedindo-me para o ir buscar rapidamente pois não se sentia bem. Estava mal disposto e cheio de dores de rins, impossibilitado sequer de conduzir. Fiquei de facto preocupada e comecei num frenesim a acordar os míudos para me por a caminho. Por incrível que pareça, embora sejam de facto muito poucas vezes que fico com o carro do G (comercial) sabado fora um deles. De véspera tinhamos comentado o frio que se fazia sentir de madrugada, pelo que, não contando sair de casa no sábado, convenci-o a levar o meu carro (que tem ar condicionado). Fui tão querida e dedicada que acabei lixada.
Estava assim com os miúdos, sem cadeireirinhas e com um carro de dois lugares. Preferi não arriscar levá-los comigo, até porque, dada a voz e queixas do G, o mais provável seria ter de o levar ao hospital. Valeu-me a minha mãe (que agora mora aqui perto), que foi repentinamente acordada para me tomar conta dos miúdos.
Assim, sozinha, lá fui eu ao encontro do G. Chegada lá, eis que me apercebo do real estado dele. Estava branco como a cal, tinha vomitado por diversas vezes, e pior, não conseguia estar parado, numa agitação à partida incompreensível, mas perfeitamente compreensível tratando-se de uma cólica renal.
Rumámos ao HSM (ainda pensei ir ao Hospital da Luz, mas achei que o HSM é que era (ou não fosse eu ser uma gaja sem cartão de saúde e/ou dinheiro para as irrisórias quantias que me iriam ser solicitadas). :(
O G não tinha forma de estar, sempre aos ais, mas a ter de esperar que as velhotas gaiteiras que animadamente conversavam na sala, á espera da triagem fossem chamadas. (respeito muito os idosos, mas não pude deixar de ficar lixada, ao vê-las ali, respirando saúde, impossibilitando que aqueles sim, que estão de facto doentes, sejam atendidos rapidamente. Após triagem, colocam-lhe a pulseira laranja e levam-no ao médico, que decide dar-lhe um medicamento intravenoso para as dores. Foi uma aventura conseguirem por-lhe o cateter, já que as dores eram tantas que ele não conseguia estar imóvel.
Passados os 10 minutos em que era suposto as dores passarem, ele ainda estava a contorcer-se com dores e com vários vomitanços à mistura. Optam então por lhe ministrar uma dose de cavalo, e em 5 minutos ele acalmou, e pasme .... adormeceu (lol).
Ali esteve em repouso. Teve na opinião do médico uma cólica renal severa, pelo que está agora a antibiotico e anti-inflamatório e analgésicos. O médico deu-lhe alta, referiu-lhe que ele estaria aparentemente bem, mas que essa aparência não correspondia ao seu real estado, já que estava sob o efeito de forte medicação. Ele descaradamente, diz-lhe que poderia ter razão, mas que não tendo dores, não tinha porque não ir trabalhar ... e foi :(
Tem agora consulta com o médico de família afim de dar seguimento ao processo.
Eu, mais uma vez me deparo com uma situação destas, já que após a morte do meu pai, a minha mãe iniciou as crises de cólicas renais (fazendo com que eu com 4 anos me convencesse que também ela ir morrer, e por isso ter iniciado apoio psicológico no Centro de Saúde Mental Infantil. A minha mãe já foi operada por duas vezes para extrair pedras, tendo nos últimos anos andado a fazer sessões de litotrícia afim de dar cabo da pedreira em que se transformaram os seu rins.
Eu mesma, fiz uma eco há semanas e lá está .... existência de areias em ambos os rins. Ou seja, ou bebo muita água, para que as areias se pirem daqui para fora, ou num tarda, estou como eles .... a entrar quase de gatas, espero eu, nessa altura ..... no hospital da luz ;0)
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Obrigado a todos/as pelo Vosso carinho e interesse.
PS - Ana Sousa, mais uma vez muito Obrigado!!
PS2 - Angelina, beijinhos grandes e quentinhos, que isso para esses lados está dificil.