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sábado, 11 de julho de 2009

Reencontro Feliz e uma Confissão

Esta-me cá a parecer que os próximos post serão à semelhança de outros já publicados, verdadeiras pérolas dignas de serem utilizadas para o argumento de uma qualquer telenovela mexicana. Mas isso fica para amanhã ou depois. O André hoje quis vir, mas acabou por não vir. Confuso? Um pouco. Depois com mais elementos, conto-vos o que se passa.

Bom, hoje de manhã ou ao encontro da minha mãe, afim de irmos visitar dois imóveis passíveis de poderem ser arrendados por ela.

Ao aguardar pela camioneta, vejo passar uma senhora, mas quando a vi já ela ia de costas. O andar pareceu-me familiar, mas seria mesmo quem eu estava a pensar. Só me restou adiantar o passo e chamar por aquela que eu pensava ser a minha amiga de infância, aquela que muito me fez rir, companheira de alegrias e tristezas, e a maluca que quando soube que eu estava grávida do André me entrou porta dentro com um enxoval quase completo, comprado com dinheiro que guardava há meses .... um gesto bonito, mas algo tresloucado que me fez recusar as prendas ... mas que devido á sua teimosia e ao seu contentamento pelas ofertas, me fez ficar com elas, e com imenso carinho vesti-las e utilizá-las no meu bébé.

Foi um feliz encontro com um abraço forte e muito beijos .... e o mais curioso é que embora não falasse com ela há cerca de 8 anos, a nossa cumplicidade mantem-se e pareceu-me que todos estes anos de afastamento não se passaram, não ocorreram. A confiança e a amizade mantêem-se tão fortes como eram. Claro que trocámos telefones, e-mails e curiosamente fiquei a saber que trabalha aqui bem pertinho de mim!!!

Eramos um trio, e felizmente ela, porque tem os filhos no infantário da outra amiga, vê-a com frequência, pelo que em breve, teremos um cafezinho a três e muitas horas de conversa e gargalhada revivendo as nossas loucuras .... riamo-nos tanto mas tanto, que ainda hoje é dificil não sorrir com as memórias da nossa infância e adolescência.

A outra amiga era como uma irmã para mim. Todos pensavam que eramos irmãs, pois somos parecidas, mas quis o destino que a dada altura (quando ela começou a namorar) nos afastássemos. Eu senti-me com o seu afastamento, já que sempre pus a nossa amizade à frente do meu namoro, coisa que ela não quis fazer. Eu senti-me traída e afastei-me.

Uns anos mais tarde ela quis reatar a amizade que sempre tiveramos (fomos muitos anos da mesma turma, sentavamo-nos na mesma carteira, baldavamo-nos simultaneamente, e passavamos as férias juntas na casa que os pais dela tinham na terra). Convidou-me para o seu aniversário. Eu fui, mas senti-me distante, senti que já nada voltaria a ser o que era, eu ainda estava magoada, não estando por isso pronta para voltar a ser a sua amiga inseparável. No restaurante, peguei numa toalha de papel, desejei-lhe muitas felicidade e afirmei não estar preparada, pelo que não faria sentido fazer de conta que nada tinha acontecido. Entreguei-lhe a missiva, despedi-me e vim-me embora.

Os anos foram passando mas acerca de 5 anos, encontrei-a num supermercado. Fiquei feliz, ela também, e agarrada a mim, disse-me que tem tido muitas amigas, mas que nunca mais sentiu nem voltaria a sentir por ninguém a amizade que sentia por mim. Eu fiquei estupefacta, emocionada, mas disfarçei. Não me quis mostrar frágil e desvalorizei. Trocámos nºs de telefone, e-mails,e combinámos através de uma amiga um encontro. No dia H, tive medo de voltar a sentir que os anos passam, tive medo de ter saudades, e lamentar os anos de separação, tive medo de me voltar a envolver com aquela a quem considerei como uma irmã e ... cobardemente desisti. Anulei o encontro para nunca mais reatar qualquer contacto. Recordo-me sempre do seu aniversário ... mas algo me trava ... algo que creio ser o sentimento de traição. Ela era a minha amiga, muito mais importante do que um namorado, mas quando chegou à vez dela esolher entre uma amizade e um namoro ela .... afastou-se ou afastou-me, não sei, e eu nunca consegui ultrapassar isso.

Agora, creio que os anos me trouxeram mais maturidade, sinto-me preparada para nos encontrar-mos, mas sou sincera, tenho medo de chegar à conclusão, que é melhor manter a distância, como forma de evitar mais decepções, mais traições.

A ver vamos o que o futuro próximo nos reserva ... às três!!!
Já somos duas a morar no mesmo Concelho e a que resta a querer mudar ... ui, ui, ui ... isto promete!!!!

Agora vou-vos contar um segredo ... guardado entre as três durante muitos anos. Algo que sempre recordámos com olhares cumplices e com sorrisos marotos.

Um belo dia participámos numa visita de estudo à Capela dos Ossos em Évora. Tinhamos uma professora de Francês com a qual nos dávamos lindamente, que sabendo que nós eramos um bocadito para o maluco nos diz: "Vejam lá meninas, vão a Évora mas portem-se bem, e vejam lá se me trazem uma recordação!!". Nós acatamos o conselho, prometemos portar-mo-nos bem, e pensámos em trazer-lhe um postal como recordação de Évora.

Até aqui tudo bem, o pior foi mesmo quando chegámos à bendita capela (que é de facto linda, se bem que na altura pouco o nada vi dado a ocorrência, lol), e eis que há entrada, deparamo-nos com uma parede ainda incompleta com várias ossadas. Foi automático. Olhámos para aquilo, olhámos umas para as outras, e sem falar, sabíamos o que cada uma pensava .... levar um osso de um fémur à Prof de Francês, seria uma prenda diferente, original e algo que ela nunca mais esqueceria. Vai daí .... foi só escolher quem pegava no osso e quem vigiava o ambiente. Uma delas (a que eu encontrei hoje) era mais atrevida, pelo que foi ela que se lançou ao osso e o escondeu, prendendo-o à cintura. Agora imaginem um fémur escondido e ela a percorrer toda a capela firme e irta, sem se poder dobrar e eu e a outra a rir-mos sem parar!!! E aquilo foi rir, rir, rir ... deixando todos estupefacto com tantos ataques de riso e com a nossa colega sempre muito direita, deixando a prof de Biologia, desconfiada. O fémur chegou intacto a Lisboa, e foi oferecido num lindo papel de embrulho à nossa Prof de Francês que depois do susto e da indignação, nos deu um tremendo ralhete, ficando com a certeza absoluta que nós realmente eramos tramadas para a brincadeira.!!!

Assim, envergonhada aqui me confesso e peço desculpa por este inqualificável acto, desprezível do ponto de vista social e histórico, lol!!!!! Desculpem-me .... eu sei que foi terrível, mas a juventude às vezes tem .... destes actos irreflectidos, imaturos e inqualificáveis!!!lol

E pronto ... agora me lembro que afinal, e contrariamente ao que tenho vindo a afirmar, eu já tirei algo a alguém ... já que tão ladrão é o que rouba como o que fica à porta (que foi o meu caso),lol!!!!

Beijos

PS - A minha mãe já alugou casa por aqui. É muito gira e serve perfeitamente para ela. Toma posse da casa a 01/08!!!


8 comentários:

sofia disse...

esta estória do osso é linda!

gabriela disse...

Olá Filipa só agora vi o teu email, ainda bem que a tua mãe já arranjou casa.
É tão bom rever-mos amigos, espero que corra tudo bem na vossa amizade agora já são adultas têm outro pensamento.
Beijinhos e boa semana

Liliana disse...

Ola Querida

Com que entao danada para a brincadeira,lol, roubar um osso em Évora, ainda por cima numa capela, ai, ai, ai, ai...lol...mas que trio odemira voces deviam ser...espero sinceramente que recuperem o tempo perdido, e que agora com a maturidade sofuciente sejam capazes de ultrapassar pequenas coisas que as circunstancias da vida causou na vossa amizade

Um Enorme Beijo Desta Amiga

Anónimo disse...

olà Filipa é uma boa surpresa ver amigas uns anos depois de as termos perdido de vista.mas a historia do osso é por demais lol beijinhos
angelina

Alecrim disse...

Por acaso acho má a história do osso. Mas enfim, é a adolescência...
Um beijinho.

Mae Princesa disse...

Linda....Às vezes fazemos coisas na adolescencia das quais nos arrependemos, parece-me esse o caso da tua amiga...Acho que deves dar-lhe outra oportunidade e reatar a vossa amizade de anos...Essas sim são amizades preciosas quando conseguimos alimetá-las, não há cumplicidade igual! Beijocas grandes!

Mae Princesa disse...

Reparei agora que já não faço parte dos blogs que visitas....O que aconteceu?

Paula Silva disse...

mas é que eu tava a ler e a imaginar mesmo que recordação ias trazer á prof :-)))))ganda maluca lolollllll
estes reencontros são bons ,mas sabes que me deixam constrangida ? sou trenga eu sei :-)