Herdeira, eu?

Decorria a ano de 2006, e eis que no princípio da tarde do dia 18 de Fevereiro o meu telefone toca. Era o meu irmão mais velho (o tal). Queria comunicar-me que o nosso tio, irmão do meu pai, (que eu nem fazia ideia se ainda era vivo ou não, pois se alguma vez o vi, foi ainda enquanto o meu pai fora vivo), tinha falecido.

A vizinhança tinha estranhado a sua ausência, pelo que estabeleceram contacto com a única pessoa da família que tinha contacto com o tio (a minha prima) e lá foram os 3 (a prima, mais os meus dois irmãos) ver o que se passava.

Tiveram de chamar os bombeiros para arrombar a porta, e deram com o Sr. já cadáver.

Entretanto, toca de fazer uma relação de bens, eram coisas naturalmente muito antigas e uma casa (alugada) num estado lastimável, sujeita às dificuldades inerentes a alguém com 83 anos, sem qualquer acompanhamento familiar ou social.

Bom, pelos vistos era hábito esse Sr. (que para todos os efeitos era meu tio) espalhar por tudo o que era bolso, caixas e caixinhas, o seu dinheiro. Ao todo, lá foram descobertos uns 17.000€.

Assim, o meu irmão queria-me comunicar que estava na posse (com a supervisão da minha prima, que o conhece de ginjeira), de um cheque com pouco mais de 2500€, que seria a minha parte dessa fabulosa herança.

E foi assim, que ele se meteu num táxi, e veio à minha casa entregar-me o cheque. Chegado lá, eis que me diz que agora eu tinha que pagar 40,00€ relativo à consulta que fizeram a uma advogada, afim de tratar da habilitação de herdeiros. Dei-lhe o dinheiro, e mais tarde vim a saber que essa consulta foi feita ao Advogado da empresa da minha prima (esta prima foi a que ficou com a empresa do meu pai) e que nada cobrou por esse parecer. Ou seja, o gajo sacou-me os 40,00€. Sem comentários.

E foi assim, que me transformei numa herdeira de um dinheirinho extra, o que é sempre bom, mas com alguma pena de não ter sido herdeira de uma quantia confortável que me desse possibilidade de Voar pela vida com a carteira recheada (lol). Haja saúde!!!