>

sábado, 2 de julho de 2011

Necessidades Fisiológicas de caracter sólido, vulgo merda

(por favor imagine uma bolinha vermelha estrategicamente colocada no canto superior direito do ecran ... Obrigado)

Foi este o mote para uma troca de palavras menos agradáveis com uma vizinha.

Então foi assim:

- após o jantar o meu peludo (aquele de 4 patas das fotos abaixo) tem por sistema ir buscar a trela para me convidar a ir passear com ele :). Hoje não foi excepção, pelo que com um convite tão entusiasta, acabei por convencer a minha prole a acompanhar-me no passeio nocturno, para o Amstrong correr e desentorpecer as pernas.


Como moro num condomínio à beira da estrada, tenho sempre que me dirirgir a ruas mais pacatas e pracetas seguras. Todos os dias é assim, e todos os dias antes de sair de casa me acompanham 2 sacos do lixo pretos, guardados abruptamente nos bolsos das calças, para poder recolher os dejectos do meu cão.

Hoje, lá íamos os 5 a passear, e eis que o cão decide rodopiar no intuito de marcar o local onde iria depositar as suas "poias". Enquanto os 4 esperámos pacificamente que o dejecto aterrasse no asfalto para lhe pegarmos ainda quentinho (para delirio da Rita que há umas semanas adora apanhar os cócos !!!) oiço uma voz estridente gritar:

"granda lata, as pessoas vêm dali de baixo pôr os cães aqui a cagar e a rua fica cheia de merda, e os pneus dos carros todos lixados à conta dos caezinhos!!!"

Ora, eu, que até me considero uma pessoa muito cordeal, pelo menos até há uns tempos (ou não fosse eu uma balança), começo a sentir uns calores internos e prontos a serem vomitados para o fresquinho da noite. Pego em mim, desço um pouco da rua e coloco-me estratégicamente debaixo da faranda onde a dita senhora ruidosamente se lamentava.

Ai caraças, o coração parecia saltar-me do peito e a minha fúria estava descontrolada. Esforcei-me para não entrar à bruta, mas a verdade é que estou convicta que talvez não tenha tido muito subesso, já que tive de lhe perguntar se estava com vontade de dirigir a sua reclamação à minha pessoa, explicando-lhe que deveria estar enganada na pessoa já que como ela tão bem verificou, eu e os meus familiares encontravamo-nos parados, esperando o terminus da cagada do cão para efectuarmos a necessária recolha (acenando-lhe freneticamente com os dois sacos).

E eis que a senhora, encavacada pois não esperava pela minha resposta, começa a argumentar que já tinha gasto dinheiro em pneus porque os caezinhos dos outros mijavam os pneus, ressequindo-os.

Pois, face à 2ª reclamação, lá lhe disse que o meu cão é gajo = macho, mas que mija à gaja=cadela, agaixando-se (algo que já me começa a preocupar), não sendo por isso possível estragar pneus.

Claro está que a senhora, começou a tentar argumentar que havia por ali uma senhora que todos os dias passeava o cão e que não apanhava nada (algo que eu também já observei) e blá, blá, blá.


Expliquei então à senhora que se a dita cidadã desrespeitosa mora em cima, ela não tem de se referir às pessoas que moram em baixo (sendo eu uma delas) tendo isso sim, de confrontar os incumpridores para a necessidade de serem mais civilizados, já que eu, também nunca tolerei que os cães dos outros me cagassem à porta e/ou mijassem os pneus (bendita pasta de pimenta que algumas vezes utilizei).


Acabou a conversa com a senhora a pedir-me sentidas desculpas, e a congratular-me por eu ser tão civilizada :)


E é assim que um passeio nocturno se transforma numa conversa de merda, que acabou muito bem mas que começou mal. É com episódios destes que eu, começo seriamente a ficar preocupada com a minha sanidade mental, já que em tempos estaria apenas a discutir os dejectos, em vez da merda do cão.


A verdade é que de dia para dia me sinto mais intolerante para com os outros, até porque cada vez mais me convenço que a crise de que tanto se fala, não está somente nos bolsos de muitos, mas no cerebros de outros tantos, e eu, não gosto nada, mesmo nada, de levar desaforos para casa, prontos!!!


(Obs: a minha balança anda muito adormecida, deixando o meu ascendente touro com os cornos de fora).


PS - No fim do passeio, acompanhavam-me os sacos com o respectivo conteúdo, e eu, que ando com um feitiozinho do caraças, só me apeteceu dispara-los de modo a que aterrassem ruidosamente na varanda da senhora. Não o fiz, o que é sinal que ainda há restícios em mim de alguma urbanidade.

3 comentários:

Liliana disse...

1,2,3 respira fundo e mantem a calma,lol, mas estava a ler e a imaginar a tua cara de furia,ehehehe para com a dita senhora, desculpa amiga, mas ate tem graça imaginar a cena,lol.
Mas a senhora devia estar caladinha ate ver o que vocês iriam fazer depois da "descarga" feita pelo Amstrong e não falar antes do tempo, enfim...

Susana Miranda disse...

Olá Filipa,

Subscrevo as palavras da “ Liliana”.

Havia muito para opinar…braço direito ao peito…complicado escrever com esquerdo!

(4 dentinhos cravados gato braço).

BJS

Susana Miranda

Anocas disse...

Coitada da vizinha... assim para a próxima vez que lhe apetecer refilar vai pensar 2 vezes antes de o fazer... não é justo com a senhora, lol
Acho que andas a precisar de mandar calibrar a tua balança!!! Mas realmente não há paciência.As pessoas estão cada vez mais parvas e conflituosas... Se ela tivesse esterado 5 minutos antes de começar a berrar já não tinha feito figura de parva!