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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Resposta

Creio que já algumas vezes Vos disse que criei este Blog afim de exteriorizar o que me vai na alma. Escrevo o que sinto no momento, com toda a verdade e sinceridade, sem contudo achar que tenha propriamente que me justificar. Não tenho, e só o faço, quando vejo que as questões que me são colocadas, o são por alguém que segue o Blog e as coloca com correcção e educação. Por isso, hoje, e embora sem vontade alguma de escrever, venho com este post tentar dar resposta, não á minha vizinha anónima (para bom entendedor meia palavra basta) mas sim, à anónima que me coloca algumas questões.

1ª Pergunta

Como permitiram que alguem boicotasse o vosso papel de pais?

Aqui está uma pergunta bastante pertinente. Acredite que ainda hoje (e sabendo o que sei hoje) essa interrogação ainda se me coloca. Eu tinha 16 anos o pai do André 19, ambos estávamos dependentes economicamente dos nossos pais, sem que da parte deles houvesse alguma intenção de nos ajudarem. Como construir uma família, com a estabilidade que ela deve ter, sem dinheiro, sem apoio familiar, sem casa ou rendimentos? Optámos por ficar em casa dos nossos pais, tentando ganhar alguma maturidade e munirmo-nos do necessário para podermos iniciar a nossa vida em comum. Naturalmente que ao fazê-lo, nunca pensámos que os nossos pais, especialmente a minha mãe, quisesse boicotar o meu papel de mãe. Para ela foi fácil. Eu trabalhava e estudava, para poder garantir ao meu filho, tudo o que ele necessitava. Ela tomava conta dele, como muitas avós o fazem, contudo exigia-me o pagamento de uma prestação de 25.000$00 para o fazer. Acredite que é verdade!!! Estou convicta que de uma forma ou de outra eu seria sempre acusada, pois se optasse por estar mais presente, não estudando, provavelmente seria acusada de ter faltado a todos os bens que nós hoje como pais, gostamos de proporcionar aos nossos filhos. Não são bens essenciais, mas é assim que presentemente os classificamos. Concerteza que o André teria ficado com traumas, ao perceber que não poderia ter o que os amigos tinham. Tive de tomar uma opção. Investi na minha formação, para lhe poder garantir aquilo a que teria a meu ver direito.
Teve também carinho e amor, provavelmente em excesso e talvez seja também por isso que tem usado e abusado do amor, tolerância e dedicação da família.

Se errámos por permitir que esse boicote acontecesse? Sim. Esse foi talvez o nosso maior erro. Mas infelizmente, na altura, não conseguimos prever que com essa opção poderíamos desencadear toda esta problemática. Mas será que foi isso? Não tenho certezas. Penso que muitos de nós também tem problemas, traumas, situações complicadas, mas não são elas que fazem de nós pessoas de má índole, e ainda bem que assim é.

Será que não ter os pais tão presentes quanto seria de desejar dá origem a um jovem problemático, cleptomaníaco e mentiroso compulsivo? É bom que assim não seja, pois se for, este mundo está perdido!!


2ª Questão

… a determinada altura desiste de lutar por fazer dele um homem pk? Então mas um filho deixa a determinada altura de valer a pena?

Um filho nunca deixa de valer a pena. Mas infelizmente, por vezes, temos que lhes mostrar que desistimos, como prova do nosso amor. É complicado de entender? Acredito que sim.
Tentámos de tudo. Posso com orgulho dizer que como mãe (e desculpe a pouca modéstia) fiz de tudo para ajudar o meu filho. Não me vou repetir, muitas coisas estão transcritas neste blog. Acredito, não só porque o sinto de forma consciente, mas também, porque me foi dito por professores, psicólogos, pedopsiquiatras, juízes, amigos, conhecidos e vizinhos.

Quando temos um filho que não quer estudar o que fazemos?
Tentar descobrir o porquê. Como? Com muito dialogo, com muitas reuniões com os directores de turma e docentes, com idas ao psicólogo, com muitas noites e dias sentada a dar-lhe explicações. Ele sabia a matéria toda de cor, mas não queria ir à escola. Alvitrei frequentar a escola com ele, como se uma colega de turma eu fosse. Recusaram. Todos os meus esforços foram em vão. Ele não queria estudar, não gostava da escola, passava semanas sem lá ir.
Queria andar na casa dos amigos a fazer sabe-se lá o quê, a jogar à bola, a passear-se pela localidade. Não queria, não ia, e não havia ninguém que o obrigasse.
Retirei-o da escola publica, coloquei-o na escola privada, pensando que talvez fosse diferente. Quase que me endividei para pagar a mensalidade. Nada mudou.
Quem pensa que uma criança de 6 anos que vai à carteira da avó durante a noite roubar 500$00, se torna num cleptomaníaco? Pensamos que foi uma atitude impensada. Mas não. Foi repreendido com muito diálogo para que percebesse que essa atitude era condenável. Continuou. Intimidamo-lo com a ida a uma esquadra. Não resultou.

Todos os anos era inscrito na escola mas em vez da frequentar, ia apenas para roubar os colegas, danificar as instalações escolares e partir o carro às professoras. O que é que acontecia? Tínhamos de pagar,. Ou seja, havia dias, em que o nosso dia de trabalho não era suficiente para a despesa que ele tinha feito.
E então que se faz agora? Quando todos aqueles que nos poderiam ajudar se mostram impotentes para o fazer, pois nunca tinham apanhado um miúdo assim!!!
Foram dezenas de reuniões e centenas de horas de dialogo.
A permanência na escola acabou, e eu desisti, quando alguém responsável na escola, após eu ter feito andado dias a fio a fazer-lhe os resumos e as respostas e perguntas que teria de enfrentar no exame (que ele não fiz pelos motivos que já expus neste Blog) me disse: Mas você ainda anda nisso?. Desista, ele não quer!!

E se um filho diz que não quer estudar, o que fazemos para além de todas estas “dermaches”?

Pois então tentamos que aprenda um oficio, já que o 5º ano completo não permitia o recurso a um curso técnico-profissional.

Aí, deparamos-nos com uma serie de patrões, trabalhos, mentiras, investimentos para que fosse trabalhar (passe, fardamentos, dinheiro para alimentação) e ele ia um dia, faltava três, era despedido, recebia o dinheiro dos dias que tinha trabalhado e desaparecia por uns dias. Quando o dinheiro acabava, regressava a casa da avó implorando que lhe desse guarida. Deixava acalmar a nossa revolta, pedia desculpa, voltava a procurar trabalho e um novo processo começava …
Não me posso esquecer que entretanto os nossos cartões multibanco eram furtados, gastava o dinheiro que podia, até darmos conta da falta do cartão isto quer em minha casa, quer na casa da avó.

Agora pergunto eu: O que fazemos quando um filho não quer estudar, não quer trabalhar, quer roubar, não quer ter regras, não quer dar satisfações a ninguém, não quer ter horários e não quer tomar a medicação que o ajudaria? Que se faz a um filho que não quer ser ajudado? Aqui deixo a interrogação.

As mágoas ficam, a desconfiança instala-se, os problemas acumulam-se e os roubos são diários, e eu já tinha uma criança pequena que não podia estar a assistir a discussões e gritaria que toda esta problemática envolve.

Pedi ajuda à Protecção de Menores. Não conseguiram. Pedi ajuda ao Tribunal de menores. Institucionalizaram-no e sabe porquê? Para que ele finalmente que o nosso amor de pais tem limites … tem, quando está em causa a sobrevivência da família.

Coloco outra questão. Que fazem os pais de um toxicodependente? Tentam ajudá-lo. Mas quando ele não quer ser ajudado, serão bons pais ao sustentarem-lhe diariamente o vicio?
Deverão os pais trabalhar de sol a sol, para permitirem aos filhos, que conscientemente afirmam que não gostam e não querem trabalhar, estar o dia a dormir a jogar à playstation aguardando a chegada dos amigos para uma longa noitada com todos os gastos associados? Então? Andamos a trabalhar para que brinquem com o nosso esforço?

Acabei por constatar que a institucionalização foi prejudicial, já que o fez contactar com o mundo da criminalidade e não alterou o seu comportamento.
Decidi vender a minha casa em 2006, afim de vir morar para um meio rural para o afastar do meio a que se tinha habituado, e para que tivesse oportunidade de conseguir trabalho. Teve várias oportunidades (ele tem tido sorte nesse sentido) mas mais uma vez confirmei que não queria trabalhar.

Claro que podia colocar a hipótese de esquecer que é necessário trabalhar-se, fazer de conta que ele é um incapaz, e mentalizar-me que teria que o sustentar a ele e aos vícios por toda a vida. Se calhar isso faria de mim uma mãe mártir. Provavelmente seria elogiada por todos quantos me lêem. Mas o amor que tenho ao meu filho, faz-me dar-lhe um “pontapé” no rabo, para que perceba que nesta vida, nesta sociedade há o minino que temos que conseguir … sobreviver.

Ele sabe que estou aqui, sempre disponível para o acolher, quando a vida lhe seja madrasta, mas estou de portas fechadas para o sustentar e para o “ajudar” enquanto ele não tiver uma vontade séria de trabalhar e se fazer um homem.

Porque frases como:

Eu não trabalho para ganhar o ordenado minino nacional;
Eu recuso-me a dormir num contentor;
Preferir andar a vaguear pelas ruas desde as 7:00 da manhã, andar todo o dia sem comer, em vez de ir para ao pé dos avós (paternos) onde lhe seria dada alimentação, para se escusar a ter de os ajudar no restaurante;
Aparecer com bens que não consegue justificar de onde provêem …fazem-me pensar que ainda não chegou a hora.

Para mim, esta “não ajuda” é um gesto de amor … pode ser complicado de ser aceite por quem me lê, mas é assim que sinto, e quero que saibam que a opinião dos psicólogos que o acompanharam vai nesse sentido!!!

Eu desisti de lutar no verão de 2008. Agora limito-me a assistir, aconselhá-lo, e a deixá-lo voar!!!


3ª Questão

… mas axo muito mais que insensibilidade da parte do seu marido o comentário que teve á partida do filho... Desculpe mas vou partilhar a sensação com que estou neste momento....o Pai do André não o pode ser nos 1ºs anos de vida dele não é? Talvez não sinta o apego que sente pelos outros 2 filhos que tiveram a felicidade de nascer e crescer com o pai e a mãe presentes e juntos …

Bom, aqui está de facto um tema delicado, que me coloca grandes constrangimentos. Já me perguntaram por diversas vezes se o André é filho biológico do meu marido. Sim é. Esteve privado do contacto com o filho durante os primeiros anos de vida do André. Contou com a ajuda da minha mãe fazendo a cabeça ao filho, para que nunca fosse possível um bom relacionamento.

Durante todos estes anos o meu marido tentou aliviar a relação, mas o facto de não estar muito presente (pq o horário de trabalho é muito sobrecarregado), a voz maléfica da minha mãe, e os sucessivos maus comportamentos e desrespeito do André frustraram essas tentativas. Se houve culpa do meu marido? Sim! Talvez devesse ter-se esforçado mais. Creio que ele nunca investiu o suficiente. Desistiu cedo, rendeu-se!!!

Hoje, diz com um à vontade que me dói … que não sente nada pelo filho, e demonstra isso nos seus comentários. Não sei se sente tão pouco como afirma (esta noite também ele não conseguiu dormir), mas não sente o que eu sinto, nem o que sente pelos outros filhos. É esquisito, é estranho. Uma vezes parece que o entendo, quando oiço os seus fortes argumentos, mas acabo sempre por sentir que falhou, falhámos!!!

4ª Questão

Estranho nunca mostrou uma foto do André com o pai?

É verdade. Há pouco tempo é que me dedico à fotografia. É certo que há fotografias do André com o pai. São fotos que se tiram mas que não se sentem … são fotos de circunstância, pelo que não as considerando verdadeiras optei por nunca as publicar!!!

Talvez num destes dias!!!

À Anónima:

Acredite que respondi/justifiquei, porque creio que se limitou a afirmar o que sentia, sem qualquer intenção de me “julgar”, embora perceba que tendo um blog e ainda mais publico me coloco “a jeito”, mas estou preparada para isso.
Sinta-se à vontade para opinar. A troca de opiniões e experiências é sempre uma mais valia!!!

Peço desculpa pelo texto, hoje não estou de facto muito dada à escrita, mas não quis que pensasse que não estava disponível para responder às questões que me colocou!!!

Um abraço de mãe …

Filipa

19 comentários:

Catarina disse...

Filipa,

Sou uma grande admiradora do seu blog, alias além do blog (filho para sempre , que é do meu primo, vejo o seu todos os dias sem excpção.
Gosto como escreve, a sinceridade, a sua transparencia...como a entendo...
E mesmo sem ler este post, não resisto a dizer, que a entendo muito bem, não a condeno de maneira nenhuma.....e mais...acho que deve ser uma luta diaria para si....coniver com esses sentimentos que ao longo do blog foi descrevendo.

Na minha humilde opinião, não devemos viver ou melhor conviver, seja da familia ou não, ou até mesmo filho ou mãe; não devemos conviver com quem nos faz mal...(emocionalmente)...quem no leve juntamente com eles para sentimentos de culpa, desilusão , revolta etc..

acho que tem uma atitude certa, apesar de dificil ( e o que eu acho que é que muita gentinha , não tem coragem de admitir....)
tem sabido gerir....umas vezes melhor outras pior...

enfim.....

com isto ..acho que deve seguir o seu coração e cabeça...

Abraço e beijinhos
Catarina

Filipa disse...

Olá Filipa!
Apesar de passar aqui todos os dias e não "dizer nada", hoje vou deixar 1 palavrinha.
Não sou mãe ainda e por isso mais dificil é opinar sobre este assunto.
Mas creio que a atitude que tens tomado é a mais correcta.
Os facilitismos só ajudariam a piorar a situação do André e acho que a tua atitude é francamente compreensível.
Claro que há quem discorde, quem ache um absurdo mas quem somos nós para te condenar?!
Desejo-te muita força e coragem para ires "voando pela vida" o melhor possível!

Beijinhos aqui da V. Pinheiro :)

Sandra Daniela disse...

Olá, Filipa!
Eu sou uma leitora do seu blog, em silêncio... Admiro-a, como mulher, como Mãe!! não sou mãe... mas aquilo que passa com o andré...não me é de todo estranho, e acredite que sei do que fala... Não contarei a história toda, porque não é minha, é de uma amiga, e a ela lhe diz respeito, mas eu assisti desde o inicio, e diria até que as vossas histórias de vida, são muito, mas muito parecidas... A minha amigoa fez de tudo, e continua a fazer pelo filho, foi ela mesma que fez com que o filho fosse para uma instituição, depois de muitAas e muitas tentativas de ajuda-lo, tal como a Filipa, E sim... ela foi criticada! E muito!!! Sofreu pelo filho, e sofreu pelas criticas...
Agora ele já é um homem independente, tem o s seus erros como todos nós... mas teve também de aprender ás suas custas, para perceber um pouco mais da vida!

Espero que corra tudo bem com o Andre!!

Um abraço carinhoso

gabriela disse...

Olá Filipa.
Ao ler este post fiquei muito triste,eu admiro-a pela sua coragem pela mulher que é e claro como mãe.
E fiquei triste porquê? porque também sou mãe e avó e eu , não saberia lidar com essa situação, tenho a certeza que tanto a Felipa como o pai sofrem muito.
Desejo-vos toda a sorte para o vosso filho talvez lhe vá fazer bem esta ida para bem longe.
Continue assim uma Mulher com M GRANDE.
Beijinhos

pedradababy disse...

Filipa, deixa-me voltar a dizer pela milésima vez que, cada vez te admiro mais e mais. Para mim e a meu ver és uma grande Mulher. Para começar a atitude que tiveste neste post. Alguém te deixou um comentário com algumas dúvidas, não critico o texto dessa pessoa que foi realmente não ofensiva só não entendo o anonimato. Se não te queria questionar publicamente, enviava-te um email como eu já fiz quando te quis falar de uma questão melindrosa e deixei ao teu critério publicar ou não. Não percebo porque as pessoas para elogiar se assumem e para criticar se escondem mas tu, respeitaste o direito a não estar de acordo contigo e escrareceste muito dignamente. Bem aja por seres assim. Em relação à atitude que escolheste ter com o André, já te disse e volto a repetir, parace-me ser a única viável e para a ter, a meu ver, não é desistir... é antes pelo contrário, um acto de amor. O que queriam que fizesses??? andasses sempre a resolver as porcarias que ele faz? a esconder? a fingir que não vês e atá a disfarçar perante os outros? era isso que faria dele um Homem???? Clato que não. Para mim, desistir seria aceitar que ele seria um incapaz a vida toda, aceita-lo em casa e deixar ele comandar a vossa vida. Isso sim era desistir e baixar os braços. É preciso muito mais carácter para fazer o que escolheste fazer, manter a distância mas estando sempre presente o necessário e mostrando sempre disponibilidade para ajudar desde que dentro das tuas regras e com garantias das mesmas serem cumpridas e, para isto, é preciso muito jogo de cintura que tens tido tanto que o André parece já ter percebido que não te enrola com facilidade mas que pode ir sempre falando contigo tanto que te procura. Mas só quem tem filhos "cordeirinhos" ou nem os tem, é que julga os outros que têm filhos complicados e acho que eles são assim porque os pais não souberam ter mão neles. Não me refiro a esta anónima porque não acho que tenha sido ofensiva, continuo apenas a dizer que não entendo o anonimato mas emfim....
desculpa a extensão do comentário mas era só para te dizer que és mesmo uma grande Mulher|!
Beijinho muito grande e espero que estejas melhor

Anónimo disse...

bom dia Filipa tudo o que eu penso é dito nos comentarios da Sandra Filipa e Catarina .muitos beijinhos angelina

Sofia disse...

Começei a ler o seu blogue a cerca de um mês. De inicio, e porque iniciei a leitura a "meio", achei estranho da maneira como falava do seu filho.

Normalmente sou uma leitora de blogues silenciosa, uns aprecio outros, nem por isso. No entanto acho que cada um tem o direito de exprimir as suas ideis, ainda mais quando se trata de exprimi-las no seu blogue. Acho que quem não gosta não acede, e que para criticar o que não se conhce deve se estar calado. Pois não podemos avaliar quando não estamos dentro da situação.

No entanto a curiosidade, fez como que lê-se todo o seu blogue, para poder avaliar melhor uma mãe que fala assim do seu filho, pois também sou mãe.

Mais uma vez a expressão nem tudo o que parece é, mostra-se certa.

Amor não é deixar-mos os nossos filhos destruirem-se, dado-lhe os meios para a sua "morte".

Com isto resta-me concluir que só um grande amor por um filho nos permite fazer o que a Filipa tem feito. Sim, o entregar o seu filho a ele próprio tem sido um acto de amor.

Qualquer pai permite que o seu filho sofra uma dolorosa operação, sabendo que depois disso o filho ficará bom.

Pense que é isso que vai acontecer com o André.

Força e Coragem, pois bem precisa.

mamã da princesa disse...

Olá!
Só à pouco tempo a descobri, pela mãe da rafinha, e fiquei triste com s sua estória.
Ter um filho assim deve ser muito complicado, para todos.
E sinto como sofre...
Nunca presenciei nada parecido com isso, mas acredite que me faz doer o coração.
Também ter uma mãe como a sua, desculpe, mas não ajuda/ou em nada!
Eu também não tinha entendido muito bem os contornos da vossa estória e com estas explicações percebi que teve de lutar a sério pelo seu filho e pela vida!
Realmente foi mãe muito nova... teve de trabalhar, estudar e lutar pela vida... não deve ter sido nada fácil!
Só lhe posso desejar boa sorte, a si e a ele e muita coragem, mas pelo que diz, desculpe a minha opinião, mas não acredito que ele tenha aprendido alguma coisa.

Amiga, não posso entender o seu sofrimento e espero nunca passar por ele, mas fico triste e de coração apertado por si!

Beijinhos

shanna disse...

Olá Filipa... mais um aleitora assídua, e no entanto silenciosa.... Ma shoje, ganhei coragem, apenas para lhe dizer que, por muito que doa, acho a sua atitude muito acertada... tenho um filho pequeno, não sei o que o futuro me reserva... mas sei que nestes quatro anos de maternidade tenho aprendido que é preciso que eles percebam que há que lutar pelas coisas. Devemos estar ao lado deles, mas não podemos/devemos pegar-lhes sempre ao colo.... " dar-lhe a cana e ensiná-lo a pescar" e não servir-lhe o peixe no prato e já sem espinhas...
Acredito que ainda terá de lutar muito e sofrer no coração de mãe outro tanto... é uma luta diária e dificil... desejo-lhe toda a sorte e muita força!!!
Um beijinho nosso

Mamã e Tesourinhos disse...

Amiga,

Só mesmo quem passa pelas situações é que sabe o que é vivê-las. Acredito que deves de chorar muito por todas as situações que passaste e passas, pelas decisões que tomaste e tomas, por veres que por mais que remes contra a maré, ela nunca te vai dar uma abébia para conseguires respirar um pouco.

Já te disse várias vezes: Admiro-te como Mãe e como Mulher! Uma Mãe que sempre lutou para que os Filhos sejam Boas Pessoas e com Valores, Valores estes que cada vez são mais difíceis de encontrar na nossa Sociedade. Uma Mulher que abedicou de muito para poder proporcionar aos Filhos tudo de melhor (e o melhor não é enchê-los de objectos caros e de que rapidamente se cansam).

Fica bem.
Bjs.

Unknown disse...

Eu sou mãe de duas meninas e graças a Deus que nunca me causaram desgostos nem problemas , até hoje, mas deixo aqui uma frase para ti...

Gostava de ter a tua coragem e ser guerreira como tu, mas espero nunca precisar :)

Um grande beijo e boa sorte para o rapaz sem juízo lá pela França

Bom fim de semana

Anónimo disse...

Bom dia
Todos os dias passo por aqui, mas nunca deixei um comentário, isto porque não tenho blog, mas se quizer pode-me contactar via mail. (Se quizer é só pedir).
Eu sou mãe e sei o que é o amor incondicional que se tem por um filho, mas também sei (não por experiência própria) o que é dar-se tudo e fazer-se tudo e nunca se ter uma palavra amiga ou um simples obrigado. Faz referência aos pais dos toxicodependentes, consigo o que se passa é o mesmo, por muito que tenhamos amor chega a um ponto que temos que deixar de passar a mão pela cabeça do menino e continuar a "levar" com as coisas dele. Temos que os deixar aprender com os próprios erros e na minha modesta opinião não é a dar dinheiro todos os dias que o estaria a ajudar mas sim a prejudica-lo mais.
Não é pelos pais não estarem presentes na vida dos filhos, quando pequenos, que eles se vão tornar em jovens problemáticos. O meu marido foi orfão de pais com eles vivos, viveu sempre com eles, mas nunca tinha um carinho ou alguém que lhe fizesse o jantar por exemplo, isto pelo menos até aos 10 anos. Com 5 anos se queria ver mãe tinha que sair de casa à noite, sozinho e ir ter com ela, enquanto ela fazia limpezas e o pai ainda não tinha chegado, comia o que havia no frigorifico e o que lhe apetecia. E não, não é nem nunca foi um miudo com problemas.
Peço desculpa pelo comentário longo e está no seu pleno direito de se quizer o apagar.
Desejo-lhe um bom fim de semana, com muito beijinhos cheios de coragem e força.
Admiro muito a sua coragem e a sua capacidade com que tem lidado com a situação do André e não ter "descorado" um bocadinho que fosse dos seus otros 2 filhos.
E já agora eles são lindos.
Mais uma vez deculpe pela ausadia.
Arminda Pereira

Mae Princesa disse...

Amiga, mais uma vez agiste da melhor maneira com esta resposta...É tão fácil criticar quem abre o coração a desconhecidos, quem tem um blog verdadeiro, quem fala verdade! Eu sou mãe, é não te posso julgar, nem tão pouco consigo pôr-me no teu lugar...Essa de nos pormos no lugar dos outros para mim é treta. Para mim as experiências não se passam, vivem-se, e por isso, sem conseguir estar nessa posição deixo-te um grande beijinho de força, de coragem e de admiração! E ainda acrescento que tu, sendo as mulher que és, nem precisas que ninguém se tente põr na tua posição, és forte o suficiente, coerente o suficiente, lúcida o suficiente para seguires os teus ideais sem outras intervenções terceiras....Beijos!

Anónimo disse...

"Os filhos não são nossos, são do mundo...." cabe a nós pais prepara-los da melhor forma para esse mundo...e quando eles não querem? fazer o quê?????

Não por experiência própria, mas porque trabalho numa escola onde assisto a casos iguais aos do seu André, e vejo o esforço dos pais em vão....
Sou mãe e admiro a sua coragem...
Força...
*também sou uma leitora asidua do seu blog apesar de nunca ter comentado...

M. João

Alexandra Cardoso disse...

Querida Filipa,

O meu comentário não foi um julgamento nem uma critica como lhe referi...
O anonimato não traduz qualquer covardia ou má intenção, simplesmente não tenho blog nem qualquer registo e pareceu-me que deixar um nome resultaria na mesma dúvida sobre a veracidade do mesmo, no entanto não vejo qualquer impedimento em lhe facilitar o meu contacto caso queira ver identificada a mulher que arriscou colocar-lhe estas questões... (sinta-se á vontade para o pedir e contacta-la-ei de imediato para que não restem duvidas sobre a minha identidade)
Abertamente debitei os meus pensamentos e as minhas dúvidas, acredite que por muito que tenha lido o seu blog (e efectivamente li, não perguntei de cor)nunca foi tão esclarecedora como neste post, lamento se lhe causei algum tipo de constrangimento, ou mesmo de indignação, não me condene por ter sido verdadeira...tive duvidas e perguntei, foi apenas isso!!!
Definitivamente rendo-me a este relato sentido e amargo,não me desculpo por um julgamento precipitado, porque como já lhe disse nunca a julguei....o meu comentário não roçou a critica sequer...
Felizmente nunca convivi de perto com um drama como o seu, mesmo na minha juventude quando via algum conhecido ou amigo sucumbir aos piores caminhos...
Como mãe, lamento que a vida lhe tenha reservado uma cruz tão pesada, como filha nem vou tecer comentários...com receio da interpretação que possa dar ás minhas palavras...
Deixo-lhe um abraço de amizade, uma palavra de compreenção... e o desejo que este fardo pesado muito em breve se torne mais leve... será o espanto de muitos, para si a maior glória e acredite, para mim um regozijo....

Um abraço de amiga....
Alexandra Cardoso

Cristina disse...

Filipa,
eu costume acompanhar o teu blog mas raramente comento, imagino o quanto deves estar a sofrer, mas a meu ver já fizeste tudo o que podias pelo teu filho e ele não soube aproveitar os exelentes pais que tem.

Desejo-te muita força nesse teu coraçãozinho que vai estar muito apertado até saber que o And´re está bem.
E espero sinceramente que seja desta que ele aprenda de uma vez e que lhe corra tudo bem que finalmente encontre o caminho dele .

Beijinhos,
Cristina

Carla Rodrigues disse...

Olá Filipa.

Sou uma espectadora atenta do seu blog, porque apesar da minha filha mais velha ser menor que o seu filho, estou a começar a ver-me nas situações por si aqui relatadas.

Ser mãe é um trabalho muito difícil, para o qual a maior parte das vezes não estamos preparados.

E apesar do amor de mãe ser incondicional, muitas vezes é necessário o tal pontapé no c...

Beijos

Mamã babada disse...

Filipa gostaría de saber como é que faço pra acompanhar um blog privatizado?

Joana disse...

Já acompanho o blog há muito tempo, pelo que tudo o que foi escrito não é novidade. Uma coisa é certa: não podemos ajudar alguém que não quer ser ajudado. Beijinho da Maria (Joana Maria), "o blog que tinha que ser"