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terça-feira, 28 de abril de 2009

Assim Andamos

(Foto retirada)

Olá,

Continuo às voltas com as "malditas" pintarolas, que embora sejam bastantes mais do que as da Rita, não têem provocado muita comichão ao Di. Tenho continuado a fazer a minha vida normalmente, sendo que a única diferença, é que o Di fica dentro do carro, enquanto vou buscar e levar a Rita à escola, não vá ele ser acusado de contagiar algum coleguinha da Rita.

Tenho andado ocupada e com os ouvidos cheios das coisas da minha mãe. Não sei se será da idade dela ou do feitio, mas só vê problemas, e antecipa acontecimentos, vivendo-os intensamente mesmo antes de eles terem acontecido e moendo-me o juízo com telefonemas que demoram horas.

Como tenho dificuldade em "engolir sapos", e em disfarçar o que sinto, dei comigo a ter mais uma conversa desagradável com ela. De uma certa forma sinto-me envergonhada por sentir um afastamento emocional tão grande em relação à minha mãe. Podem não acreditar, mas eu sinto-me tão comprometida com o que sinto (ou não sinto), que não sou capaz de cruzar o meu olhar com o dela ... e isso, é sinal que cá dentro, há muitas coisas para resolver.

Abri o meu coração e disse-lhe o que sentia. Que ao longo dos últimos anos me tenho sentido traída, desrespeitada e ofendida. Há muitas mágoas que guardo da minha mãe, e isso faz com que haja uma barreira entre nós. Ela ficou triste com o que ouviu. Diz-me que é minha mãe, e que tudo o que fez em relação ao André foi por amor, queria fazer dele um homem.

Claro que acredito que não foi por mal, mas eu não esqueço os milhares de vezes que lhe supliquei para não condescender, não dar, não facilitar ... mas ela não me ouviu, não me respeitou ... e deu no que deu.

Pediu-me que a desculpasse, pois mãe há só uma (curiosa esta afirmação) e que provavelmente teria poucos anos de vida.

Podia tranquilizá-la, dizendo-lhe que não falaríamos mais disso, que passaríamos uma esponja sobre o assunto, mas ao fazer isso, estava a enganá-la a ela, mas principalmente a mim. Estou magoada, ferida. Não sei se foi um escudo de protecção, mas sinto-me intocável pelas suas palavras doces, porque lá bem no fundo, sei que hoje as pode dizer, mas que amanhã estará pronta para me apunhalar. Sinto-me usada ... e isso entristece-me.

Alegou que saber perdoar é uma qualidade que não é para todos, pelo que apelava ao meu coração para que, a partir daqui as coisas mudassem.

Gostava muito de ter essa honrosa capacidade de perdão, mas a verdade é que não tenho. Sinto-me talvez desiludida comigo. Era tão bem mais bonito e confortável esquecer as mágoas, esquecer o passado, e viver o presente com a alegria e com o amor, que eu como filha, tinha obrigação de sentir pela minha mãe. Como filha sinto que estou a falhar. A idade torna as pessoas frágeis, e é nessa altura, que mais precisam dos que lhe são queridos, dos afectos e do amor, que eu não me sinto com capacidade para lhe dar.

Continuo disponível, a fazer o que me pede, a condescender na falta de bom senso que constato nos pedidos que me formula ... mas não o faço de coração aberto. Faço-o por vergonha ou talvez mesmo, por falta de coragem de dizer que NÃO ESTOU DISPONÍVEL.

Esta é uma situação que me está a ser muito dificil gerir e que me faz lembrar da importância de ser ter uma família estruturada e disponível para se entreajudar. Eu sou há uns anos a filha única ... com todos os inconvenientes que daí advêm. Terei de ter calma e gerir a situação com muita paciência e tolerância, o que não vai ser fácil.
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O André está a viver na casa dos pais da namorada.

Na sexta feira foi com a namorada almoçar ao restaurante dos meus sogros, e teve o displante de relatar aos avós que está aborrecido com a avó, por esta não lhe ter dado o dinheiro, quer para a viagem de ida, quer para o regresso, referindo-se a ela como a "Gaja" denotando algo que não é novidade ... uma enorme falta de respeito e educação!!!

Infelizmente, os meus sogros, à educação também não devem muito, pois quanto a mim, (e pese embora não gostem da minha mãe) deveriam tê-lo chamado a atenção, não lhe permitindo que se referisse à avó naqueles termos ... creio que é uma questão de respeito, mas não foi isso que fizeram.

Foi pena eu não ter estado presente (mas de certo que ele não se atrevia a proferir os insultos que proferiu) mas limitar-me-ia a perguntar aos meus sogros, se no ver do André a avó que lhe tem dado tudo e aparado todos os seus golpes é "Gaja" que nome pomposo terão eles, que nunca fizeram nada por ele???

Eu juro-vos que perante estas coisas ... às vezes só me apetece fugir. Acho que as coisas chegam ao cumulo da falta de respeito e de consideração, e eu já me começa a faltar a paciência para estes diálogos da treta (para não chamar outra coisa mais feia)!!!

Sinto-me entregue à bicharada!!!

Beijos
PS - Desculpem a ausência nos Vossos cantinhos. Aos poucos actualizarei as visitas.

10 comentários:

Mary disse...

Olá, obrigada pela visita ao nosso catinho!
não é fácil ter palavras para te confortar sobre o que escreves no teu post. A vida é tão difcil e há coisas tão dificeis de mudar. E este caso / esta relação com a tua mãe é um deles. É claro que estou completamente fora do assunto e do que está por trás, mas apenas me resta dizer-te para tentares fazer o que tu própria escreves: gerir a situação com muita calma e tolerância. não é fácil .... mas admiro a tua coragem e força.
Em relação aos teus sogros .... também acho que agiram mal, mas sabes uma coisa?? Há pessoas que gostam de ouvir falar mal dos outros e não impõem respeito por isso mesmo. São pessoas que também não merecem respeito no sentido que um dia também não vão ser respeitados.
Um bj gde e muita força

P.S.- Tens razão... há uma lista enorme de coisas que achamos mal no País. Mas está atenta ao próximo post que eu escrever (qdo tiver respostas)... vais ver que algumas coisas vais mudar a opinião .... tal como eu! Ao vermos outras situações não muito melhores em alguns aspectos, passamos a ver o que era um defeito, como algo mais positivo.
Bjs

Lisa disse...

Olá minha querida,

Posso te dizer que partilho da tua angustia relativamente a tua Mãe, já sabes mais ou menos o que sinto em relação a minha e apesar de não ser em parte pelos mesmos motivos, é demais não conseguirmos passar uma borracha, mas pior seria sermos hipocritas e fingirmos que não nos magoa! Um abraço enorme com muito carinho! Adoro-te!

Kelly disse...

Ai amiga...sinceramente!
Estive a ler o teu blog e realmente...não há telenovela que lhe chegue aos calcanhares!
E se calhar os espectadores ainda diriam..."como se isto acontecesse na vida real..."...lol
Eu dava em doida!
Õ que vale és uma mulher com M grande e consegues levar o barco em frente porque se não...
O teu filho sinceramente é um ingrato...E nem sei que te diga, acho tudo muito preocupante e eu não saberia como agir.
Espero que tenhas uma luzinha enorme que te acompanhe e ilumine para te proteger sempre!
Força querida!

PS: as melhoras para os pimpolhitos pequenos e que não fiquem com muitas marcas....

sotto le stelle disse...

Tadinho, está todo cheio de "pintinhas" deve dar uma comichão bem desagradável:(

Quanto ao André, sinto muito por ti amiga:(

Beijinhos carinhosos com o desejo de uma óptima semana, esta mais curtinha IUPIIIII

Elisabete disse...

Kerida Tia Filipa,
É sp mt complicado gerir sentimentos e desilusões e mágoas, principalmente quando somos nós e os familiares mais próximos k estão envolvidos...então, quando se trata da nossa mãe ou pai, eleva-se muito estes conflitos interiores.Não sintas k estás a falhar enquanto filha.És humana, uma MULHER como poucas, mas não és uma máquina onde se faz um reset e fica tudo bem.
Ao longo da vida temos mais decepções, tristezas, conflitos e sentimentos e gerir do alegrias. Mas isso é o k faz de nós pessoas, pessoas boas, lutadoras, verdadeiras e sinceras como tu és!
Paciência, calma e algum compromisso de tentar lidar a bem com as situações é o k terá de ser e eu sei k farás o melhor e o k a tua consciência te ditar.E isso é o k estará correcto:)Porque nós temos de estar bem connosco para podermos lidar bem com os k nos rodeiam.
O André...bem, o André é assim...à partida, a vida encarregar-se-á de lhe ensinar algumas coisas como respeitar os outros, ser educado, principalmente quando lhe tocar a ele:)Mais uma vez, paciência e calma:)
Eu até tremo só de ver o teu Di e imaginar k um dia destes calha a vez ao meu Rabuja :)Aí, peço logo ajuda a ti, né?:)
Já estava com saudades de saber notícias vossas e tu, és uma marota, em deixares passar tantos dias sem notícias vossas! :)
Beijinhos de nóis 3!

Anónimo disse...

bom dia Filipa e um grande beijinho angelina

mamã da princesa disse...

Ainda bem que o pequenote já está melhor!
Graças a Deus que não têm tido muita comichão!! Bom para ele, tadinho.

Ter ou não capacidade de perdoar... É muito dificil...
Eu tenho um coração de manteiga, infelizmente para mim, e perdoo com muita facilidade...
Ás vezes embora não perdoe, vou-me esquecendo das coisas, tenho uma memória selectiva só para o bom!!! E fica tudo bem na mesma!
Sou mesmo... parva!
Também é verdade que a tua situação é diferente, tens uma mãe muito "sui generis"... e a vontade que dá é de rifa-la e deixá-la à sua sorte!
Talvez se estivesse na tua situação fizesse o mesmo, porque desculpa, eu acho que ela não soube/sabe ser mãe! Porque é que tu tens de saber/ser filha?!

Desculpa se achares que me excedi, quem sou eu para alvitrar...
(se não gostares apaga o comentario sff, não levo a mal).

Beijinhos

Unknown disse...

A gente para se proteger dos buracos e montanhas que a vida nos reserva criamos carapaças que nos protegem, e não abdicamos delas,não queremos sofrer...não queremos que nos magoem, a isso chama-se sobrevivencia até os animais irracionais t~em as suas carapaças porque é que a gente não as há-de ter?

Acho que cada um deve proceder da maneira que ache melhor para si e para a familia e com quem tem de lidar todos os dias, não temos de nos sentir culpados, ainda por cima com pessoas que nos deviam dar tanto e não dão:)

beijinhos querida e uma boa semana , dentro dos possiveis.
beijocas ao pessoal mais miudo ;)

me disse...

Força!
Beiijinho e as melhoras

Paula Silva disse...

"A idade torna as pessoas frágeis, e é nessa altura, que mais precisam dos que lhe são queridos, dos afectos e do amor"
pois ..mas enquanto eram novos nao pensaram nisso e agora temos tolerar??? nã nã ni nã não
tb estou a passar o mesmo com a minha mãe e sei bem dar o valor