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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Lavar da Alma

Olá,

Desculpem a minha ausência ..... mas em boa verdade, embora esteja tudo bem (digo eu,mas ainda não pensei a serio nisso) ando com pouca vontade de escrever.

A verdade é que ando num período de reflexão. Vou escrever neste post o que me vai na alma. Pode ser que lendo-o e relendo-o finalmente consiga descortinar o que se passa comigo, pois a bem da verdade, nem eu sei.

A unica coisa de que tenho certezas, é que cada vez mais esta vidinha que levo, não faz de facto sentido. Bem sei que eu deveria levantar as mãos a Deus, e agradecer o privilégio que tenho em poder estar a acompanhar o crescimento dos meus filhos, mas embora reconheça que é bom, não me consigo sentir realizada.

Ao longo destes ultimos 6 anos a minha vida sofreu profundas alterações, grande parte delas como consequencia das minhas próprias decisões, mas não é o facto de terem sido por mim tomadas, que as consequencias são mais leves.

Começo a pensar seriamente se estar fechada em casa dia após dia e ter em cima dos meus ombros a responsabilidade de acompanhar os meus filhos praticamente sozinha, se faz sentido. Não não faz, mas infelizmente não consigo dar a volta a isto.

Sinto-me cansada, desgastada. Há 6 anos que não consigo ter uma hora só para mim, que não consigo ir tomar um café sozinha sem estar alerta, por ter uma criança para quem olhar. Há 6 anos que não vou ao cinema, ao teatro, a um bar ou discoteca. Há 6 anos que não vou à baixa lisboeta ver as lojas, as luzes .... ver o movimento .... ver pessoas!!!

Este fim de semana ao ter entrado no Shopping apinhado de gente ... senti-me confusa, baralhada. O meu isolamento já é tão grande, que o cheiro da cidade já me é muito pesado, e a movimentação as pessoas já me faz confusão.

Será que ao sermos mães temos de abdicar de tudo ... até mesmo do nosso espaço? Não!!! Mas então como resolver a questão? sei que muitos dos que me lêem tem alguma dificuldade em perceber o que digo. Digo-Vos isso, pois muitas vezes com vontade de me ajudarem alvitram uma serie de alternativas que não são de todo possíveis. Fico sempre com a ideia que efectivamente não conseguem perceber.

Como já vos disse, para ingressar no mercado de trabalho, jamais isso é possível sem ter um suporte familiar que nos ajude. Sei que não me compreendem,mas talvez não o façam, pois provavelmente, nunca pararam para pensar na verdadeira sorte que têm, ao terem a Vossa família do Vosso lado.

Quando os Vossos filhos ficam doentes, muitas revezam-se com os familiares, para ficarem em casa com eles, pois têm consciencia que se assim não for, as consequencias no local de trabalho mais tarde ou mais cedo acabam por surgir ... mas Vocês estão efectivas, não correm o risco de serem despedidas, mas apenas de sofrerem algumas represálias.

Eu não seria .... os meus filhos só poderão contar comigo, estando doentes por 1 ou 30 dias, só poderei ser eu a acompanhá-los. Que emprego a prazo, resistiria às faltas indispensáveis ao acompanhamento de 2 crianças??? Se conhecerem algum patrão que não se importe que eu fique em casa de assistencia à familia de vez enquando (sendo que nos ultimos meses já lá vão algumas semanas de viroses, conjuntivites e afins), digam, ok?

Como consequência de ser apenas um a trabalhar, há naturalmente uma limitação de orçamento, que eu, devido ao meu feitio, ou à minha estupidez, já não sei, poupo ao máximo .... mas como pessoa de extremos que sou ... o meu máximo é inaceitável.

Há pouco andei a dar uma volta nos meus armários .... e a minha roupa, é ..... bem nem sei que diga. Posso, para que tenham uma ideia dizer-vos que uso o mesmo par de calças de ganga há 4 anos que alterno com umas calças de fato de treino. Lavo umas e uso as outras. As camisolas são três, as botas apenas 1, uns tenis e 2 camisolas de lã.

O porquê disto? Porque me recuso a comprar roupa pois tenho dezenas de pares de calças, camisas e camisolas, que não me servem há 6 anos, e que eu venho ao longo do tempo a alimentar a esperança de um dia as poder voltar a vestir.

Por isso, se tenho tanta roupa (que não me serve, e na verdade dificilmente me voltará a servir), porque haverei de gastar dinheiro em roupa que pode ser canalizado para outras coisas também elas importantes?

O meu marido "ralha-me" ... mas eu lá vou dizendo que para estar enfiada em casa não preciso de roupa .... mas quem não se sente triste ao abrir um armário e verificar que apenas tem meia duzia de peças de roupa?

Para quê ir ao cabeleireiro se não saio de casa? É a anulação total. Alguém acredita que eu gasto comigo apenas 0,50€ por semana num café, quando vou às compras??

Isto é que é viver? Devo-me sentir feliz, alegre e realizada com esta merda de vida, só porque sou mãe de 2 crianças fantásticas e mulher de um marido empenhado e trabalhador que me possibilita o acompanhamento 24 horas por dia dos meus filhos??

E eu, a Filipa? Onde é que afinal há espaço para a Filipa extraovertida de gargalha fácil, alegre e conversadora? Onde anda a Filipa sempre empenhada em evoluir, em aprender sempre mais? Onde é que eu fiquei? Onde é que eu me perdi? e principalmente onde me posso encontrar??

Dou voltas e mais voltas, estudo alternativas e não consigo lá chegar. De dia para dia a revolta cresce, e o pensamento do que poderia ser a minha vida, sobrevoa a minha mente minuto a minuto. A minha vida é em parte o resultado das opções que tomei, mas não é só .... a minha vida, não fosse a triste e má familia que tenho .... seria substancialmente diferente, arrisco-me a dizer substancialmente melhor, mas devido à ganancia de uns e à indiferença de outros .... é assim como Vos relato.

Para que percebam um pouco o porquê deste meu estado de espirito, irei revelar um pouco mais sobre mim. Sou filha de um pai bem sucedido. De um industrial abonado, devido ao seu arduo trabalho. Um homem casado e com 2 filhos. A minha mãe, é 20 anos mais nova, que sonha com uma vida desafogada. O meu pai alimenta e sustenta um triangulo amoroso, mas como sábio que era, cedo percebeu quais os reais objectivos da minha mãe. Ela, percebeu que só teria uma alternativa ... engravidar. Foi o que aconteceu, e eu lá nasci. Começou a pressão junto do meu pai. O que me aconteceria a mim se ele morresse? Como é que uma telefonista sustenta sozinha uma criança? Fez-lhe a cabeça, seduzindo-o a fazer-lhe um seguro de vida a ela, já que a sua condição de amante não lhe traria quaisquer proveitos.

O meu pai, não o quis fazer.

Sempre ouvi a minha mãe contar que o meu pai, lhe dizia a ela, que não lhe deixaria nada, para que ela não ficasse a gozar com outro homem, qualquer coisa que ele (meu pai) lhe pudesse deixar!!

A verdade, é que o meu pai quis acautelar o meu futuro, o meu sustento, ao ponto de ter pedido a alguém da família para que fosse essa pesssoa a responsável pelo levantamento do seguro de vida, que ele me iria fazer, no caso de eu ainda ser menor. A pessoa recusou, pois não queria confusões com a minha mãe.

Atenção .... eu era a filha ilegitima, nascida de uma relação extraconjugal, repudiada por todos (com consequencias no passado e no presente) e por isso ninguém quis ser "colocado ao barulho".

Não restou alternativa ao meu pai, para assegurar o meu bem estar, de dar um voto de confiança á minha mãe!!! Fez um seguro de vida, cuja beneficiaria era eu, apenas colocou uma ressalva (afinal o objectivo do seguro era assegurar o meu crescimento). que se ele falecesse enquanto eu fosse menor, quem poderia receber o dinheiro era a minha mãe.

Afinal ela conseguira o seu objectivo!!!A verdade é que o meu pai morreu, passados 6 meses, e a minha mãe levantou o dinheiro. Comprou uma casa, colocou-a em meu nome, mas ficando ela como usufrutuaria (ou seja, ela pode tudo, menos vender). Tem-na alugada desde sempre, e é com os 500,00 mensais que recebe da renda, que esbanja como já me ouviram varias vezes dizer, com os devaneios do André.

A verdade é que eu juntei-me com o meu marido, aluguei casa, comprei casa, e nunca a minha mãe se disponibilizou para me ceder a casa. Nunca!!!! Hoje sinto que a ser realizada a vontade do meu pai, deveria ser eu a detentora desse bem, desse rendimento, e acreditem que 500,00 euros .... já dariam, para algo que psicologicamente me afecta, que é o facto dos meus filhos não praticarem desporto, porque os 70,00 da mensalidade me fazem diferença!!!

É por isto, que a minha revolta cresce todos os dias, porque mesmo em casa, se eu estivesse na posse daquilo que é meu (desculpem, não tenho outra forma de entender) a minha vida seria diferente. Para além de tudo o que a minha mãe me tem feito (nomeadamente no que se refere ao André), sinto que todos os meses sou roubada!! Nunca a minha mãe me pagou os meus estudos. Nunca!!

Paralelamente a este historial, aqui a Vossa amiga Filipa ainda é herdeira de um predio com 2000 m2 em pleno centro de Lisboa. "Tem ali uma mina", dizem muitos. Foi nisso que acreditei durante toda a minha adolescência, que os inquilinos (são rendas comerciais) ao irem saindo, que o meu futuro podia estar facilitado.

Hoje é com muita pena que vejo os empresários (inquilinos) com carros topo de gama à porta ... e eu? Eu? Eu recebo 35,00€/mês, porque as rendas são antigas, estiveram por vontade do Estado "congeladas" durante anos, e por isso somos nós (sem merito proprio e certo, mas proprietaria) que acaba por financiar o negócio dos outros.

Só para terem uma ideia, num dos pisos funciona um Ginásio no centro da cidade de Lisboa por 400m2 paga somente 350,00!!!!!! Eu como co-proprietaria recebo 35,00 que nem para um passe dá!!!

Como vêem as revoltas/frustrações são muitas, e não são geridas da melhor forma. Através da alimentação, tento engolir as mágoas, os stresses, as revoltas e as frustrações, e por isso outros problemas surgem, como se de uma bola de neve se tratasse.

Quero-vos pedir desculpa por este desabafo, não pretendo vitimizar-me até porque, não ganho nada com isso. Não quero que pensem que a minha situação finnaceira é grave!! Não é isso. Trata-se apenas de constatar que há anos atrás em poder-me-ia dar ao luxo de gastar o meu ordenado como e onde quisesse, que não me fazia falta.

Sinto-me muito absorvida, muito limitada. Inibida dos direitos mais fundamentais. Não consigo falar ao telefone, pois os meus filhos fazem questão de mostrar que estão presentes. Não posso por a cabeça fora da janela, pois lutam para ganhar o seu espaço no parapeito, tenho muitas dificuldades em manter um dialogo sereno com o meu marido, pois os miudos fazem questão de aproveitar ao máximo a presença do pai, levando a cabo sucessivas interrupções e chamadas de atenção.

Para poder ter, um tempinho só para mim, involuntariamente acabo por inverter os horários. Ando a blogar até as 5:30 da manhã e depois deixo-me dormir até as 12:oo, e sinto-me tão mal, tão descontextualizada, parecendo-me entrar num ciclo vicioso, sem retorno!!

É assim que me sinto, mal .... por não me sentir bem, convicta e sem esperança de recuperar, a procura de me encontrar!! Será que vou conseguir?

PS -Reli este texto. faltam-lhe assentos, rectificações gramaticais .... está uma trapalhada, uma michelância de frustrações. Está confuso .... está por isso de acordo com aquilo que sinto!!!

26 comentários:

Sandra disse...

Filipa!Como te compreendo!

Parece que fui eu a escrever este post. Tb sinto que estou a perder "algo". Estou em casa sem emprego, pois o antigo naõ renovou o contracto pelas imensas faltas...
Sinto que o meu filho ganhou com isso, pois não tem estado doente e a evolução dele é imensa...

Fizeste bem em desabafar, às vezes isso é uma levada de ar fresco.

Um grande beijinho de apoio desta amiga

sandra

Unknown disse...

Filipa.. Confesso que não é fácil pensar no que te dizer para te animar depois do que li!! Antes de mais, e apesar de saber que isso não te ajuda em nada, quero dizer-te que te compreendo PERFEITAMENTE. Como já te disse há um tempo eu ainda não sou mãe e portanto não posso falar sobre essa questão. Mas sobre o facto de estares em casa há tanto tempo e te sentires anulada e frustada acredita que te compreendo. Acho que para nós mulheres nada na vida deve ser mais compensador do que sermos mães e termos lindos e saudáveis filhos. Mas, a verdade é que apesar de ser mãe, nenhuma mulher pode pôr de parte a sua individualidade enquanto pessoa, nem esquecer-se que existe muito antes e muito para além dos filhos e da vida deles. Não sei que sugestão te dar para resolveres a tua situação, mas acho que deves pensar realmente numa solução, pois não podes continuar a sentir-te desta forma. Pela excelente esposa, mãe e pessoa que pareces ser acho que mereces bem mais e bem melhor ;) Contudo não deixes de desabafar aqui sempre que sentires essa necessidade. Apesar de não ter blog, acho que eles servem exactamente para as pessoas desabafarem ou darem a sua opinião sobre qualquer assunto, mesmo que este seja sobre a sua própria vida.

Desculpa ter-me alongado tanto no comentário.

Um grande beijinho de força,
Susana

Nós os cinco disse...

Olá Filipa
Achei-te mesmo muito em baixo hoje!
Eu também tenho alturas que me sinto assim...abdiquei da minha profissão, a qual eu tanto gostava e estudei, para trabalhar numa empresa da família e ter mais tempo para os meus filhos, e poder acompanha-los...ou seja posso faltar ao trabalho sem justificar, quer para ir a uma festinha da escola,por estarem doentes, ou porque estão de ferias, até aqui maravilha!
Mas...colegas não tenho, horas de almoço são para fazer as compras ou organizar o jantar...
O tempo é gerido em função dos filhos e das actividades deles!
Coisinhas para mim...só de lés a lés! há prioridades e os euros não caem do céu!
A uns meses atrás também parei para reflectir e senti tudo o que falas onde pára o tempo para mim??
As vezes ate para ir beber café com uma amiga e por conversa em dia já me "complica" a vida!
E a teoria que há sempre tempo..a mim não pega.
Eu para estar com os amigos, organizo tudo na minha casa só para nao perder tempo nas viagens e sempre da para fazer qualquer coisinha em casa!
Ao contrario de ti, eu até tenho um suporte familiar bom, que está la quando é preciso...mas mesmo assim por vezes não me chega!
E quando leio alguns blogs de mães que so falam na maravilha que é viver a 100% prós filhos porque nao trabalham, e nas coisas fantásticas que fazem, e compraram, e as actividades que pagam aos filhos, só penso que sortudas!!
Mas logo penso que são pessoas bem financeiramente e que não tem com que se preocupar com as contas no final do mês!
Eu com os três filhos, sempre com o dia super ocupado...quando me deito também me questiono o que fiz eu só para mim ou por mim...
Por isso ja ando a mudar a minha maneira de estar na vida, ja não vivo intensamente so para eles e ja vou aceitando a ajuda da família para ficar com eles para eu ir namorar, jantar, ver exposições etc. etc, vou ao cabeleireiro uma vez por mes, ando a olhar mais para mim...
Acho que devagarinho podias tentar mudar, porque de tanto quereres bem aos teus, acabas por te esquecer de ti!
Hoje estas assim...mas amanhã ou depois, passa-te, mas essa sensação volta!
Ops...já me alonguei muito!
Beijinhos

Patricia disse...

pois, eu não sei o que te dizer... és uma mulher fantástica e tens de te valorizar mais :)

um beijo grandalhão para ti e um abraço bem forte, que bem precisas.

Maria disse...

Ainda sou "bastante nova", mas sem duvida que tem de haver vida para alem dos filhos...

bjnhoo.Anima-te.

Anónimo disse...

Oh Filipa,li tudinho e acredita que nem sei o que dizer...
Temos tanta coisa em comum!

A tua mae por acaso nao tem vergonha??? Se a casa e tua,sera que n podes fazer nada?
Dizes te sentir roubada todos os meses??E que tas a ser mesmo!!!

E a tua familia,realmente...la por teres nascido de uma relacao extraconjugal eras/es menos?
A tua mae sera tao ma,ao ponto de os teus familiares nao se terem metido???

O nao puder contar com a nossa familia e deveras triste!


Em relacao as roupas,tou como tu! Tenho mooooooooontes de roupa mas que nao me servem.E tb estao guardadas!
Pode ser que um dia voltem a me servir,quem sabe!:)

O cabelo,a mesma coisa,quando o pinto faco-o em casa. A ultima vez que fui ao cabeleireiro foi em Julho,nos meus anos e porque precisava mesmo! Ja n la ia ha quase 2anos,se n me engano!

Podias ter uma vida muito melhor,podias sim....
Nem acredito que so recebes 35€ por mes!Que vergonha!!!

Porque nao tentas arranjar algum trabalho?Mesmo que nao te traga muito lucro,ao menos sempre conheces novas pessoas e te socializas um pouco mais.
Sei que nao e assim tao simples mas...e apenas o que me ocorre de momento.

Nao tens que pedir desculpa por nada,este e o teu cantinho e ,e com muito prazer que leio tudo aquilo que escreves.
embora de momento,nao seja a melhor conselheira...sempre que precisares tens o meu mail ok?
e tb o meu contacto telefonico.

Deixo-te aqui uma beijoca e um abraco muito apertadinho e o desejo de dias melhores.

Chuack***

Ângela Vieira disse...

bem...senti-me arrepiada ao ler o teu post...
Tenho receio de me sentir assim um dia...
Em relação à roupa já senti isso...mas como sabes estou a perder peso e a recuperar alguma da roupa que falas ter guardada...
Mas tb tento não gastar €€ com a minha roupa, apesar do marido ralhar comigo...

A única diferença é que o Tomás está na escolinha da 10 às 15h e sempre tenho algum tempo para arrumar a casa e ir ao ginásio...é o que faço todos os dias...

Não estou a trabalhar porque não há mesmo nada...aqui na Figueira não há!
Eu bem quero, pois assusta-me daqui a uns anos sentir-me como tu...

Lamento que te sintas assim... e por mais que escreva algo sei que neste momento não tens grandes soluções...
Resta-me deixar-te um grande beijinho...

Anónimo disse...

Amiga acho que fizeste bem em escrever o que te vai na alma, desabafar pode nao resolver os problemas mas pode ajudar a minimiza-los.Sabes bem que te compreendo, porque apesar de ter um trabalho, sabes que naome sinto realizada, tu sabes porquê...estou um dia inteiro sozinha numa loja onde as vezes nemum cliente entra, se nao fosse a net nem sei como passaria o tempo, daria em maluca certamente...mas a questao nao sou eu, a questao es tu...e por mais que eu possa dizer nao vou arranjar soluçoes milagrosas ate porque sei da tua historia e nao e facil arranjares trabalho...
Deixa o tempo "voar"...vamos ver ate onde as coisas vao, sabes que estou a torcer para que consigas aquilo que tens entre maos(ou entre mails,lol).Nao era a resoluçao do problema,mas ajudava, e muito...

Fica bem minha amiga

Um beijinho enorme

Anónimo disse...

querida filipa eu compre-endo esses sentimentos de revolta e frustação. obrigada por esta amizade e franqueza que nos faz bem a nos todas.a certas feridas da nossa infancia que nunca vão fechar temos que aprender a viver com elas e é isso que nos faz mais fortes e humanas porque sabemos o que e sofrer.beijinhos angelina

Anónimo disse...

Sinceramente acho que não era um emprego que iria resolver os teus problemas. Provavelmente iria criar-te alguns novos, LOL
O verdadeiro problema está em nós e nas espectativas que criamos para as nossas próprias vidas...
Começamos a perguntar "afinal onde é que eu fico no meio disto tudo?".
Penso que deverias começar por te libertar da "ideia obcessiva" de emagrecer e "assumir" o teu novo corpo com naturalidade e até orgulho. É o corpo de uma mãe de 3 filhos, que pelo caminho teve uma série de problemas que deixaram marcas. Nós somos mais do que uma patética "imagem Barbie" que nos impõem.
O teu "cruel" sentido de estética tem que "levar uma grande volta". Começa por te desfazeres de roupas com 10 anos "de casa" e comprar umas coisinhas giras e baratinhas (vá lá... também não estás assim tão mal!) se te olhares no espelho e te vires gira também ajuda, :0).
É evidente que as marcas da nossa vida vão ficando, no corpo e na alma, mas... e depois?? Qual é o problema??? Queres entrar nalgum concurso de misses? nunca viste mulheres gordinhas que te parecessem bonitas e bem tratadas?
Tens é que tratar de SER FELIZ (e isso é que é o mais difícil...).
As crianças não nos dão um minuto de descanso, nem direito a uma conversa civilizada, é verdade! Mas isso faz parte, não é? Cá em casa também é assim e quando não estão... o silêncio assusta-me e pesa-me no coração o remorço de os ver tão pouco, de saber tão pouco do seu dia, da sua escola, da...
Tanto "excesso" de auto-análise não será nefasto? Sabes, é que nos pusermos todos a pensar no nosso dia a dia... chegamos a tristes conclusões, LOL
Esta necessidade toda de desabafar e de gritar a frustração "ao mundo", parece-me mas é uma "bela" de uma depressão que por aí anda!
Vai ao médico, se calhar é a 1ª forma e a melhor de começares a pensar em ti. Cuida-te!!!!

Mae Princesa disse...

Filipa, sem te quereres comprometer com um emprego, que ainda há os que compreendem as faltas das mães, e a bem dizer os teus filhos já são crescidos e precisarão cada vez menos de cuidados e ficaram cada vez menos doentes, podes fazer voluntariado!!!Tantas instituições adorariam ter a tua participação!!!Ajuda de mãe, Banco alimentar.....Já pensaste nisso? Sentirias-te util, e terias a tua vida! Acho que faria todo o sentido!Beijocas!

Susana Pina disse...

Ohhh!!! Filipa, li com toda a atenção o teu post. Não deve ser fácil optar pela maternidade a 100%. Eu sempre fui uma mulher que desejou trabalhar e ter o seu proprio ordenado, mas muitas vezes também me vejo a pensar como seria se tivesse um ou mais filhos a precisarem que ficasse em casa por estarem doentes, ou porque a escola fechou, etc...
Felizmente não tenho a mesma história que a tua, mas na minha familia aqui perto só resta a minha mãe que nunca poderia ficar com uma criança nem que fosse por uma hora, ela tem 76 anos e é doente. Quantas vezes penso se não irei ter que optar por também ter que ficar em casa. É conmplicado amiga, e eu embora não sendo mãe compreendo-te tão bem. Abdicamos na nossa propria vida em função dos filhos, e depois? Um dia eles cosntituem familia, saiem de casa, e nós? E será que darão esse devido valor?
Será que não podes arranjar algum trabalhito que possas fazer a partir de casa?
Quanto a saíres, amiga, nem que seja com os teus meninos, mas precisas conviver, é essencial para a nossa sanidade mental.
Espero que esta reflecção vá ao encontro do que preocuras e que consigas de alguma forma teres novamente vontade de sorrir.
Um bj no teu coração
Susana

Paula Silva disse...

Bolas Filipa que auto estima tão em baixo ..e com razões para isso sem duvida
não apertas com a tua mae??? não podes? já vi que a vossa relação não é nada boa ...
tenta arranjar um part-time e metes os 2 na pré ...não dá??
puxa que situação prisioneira da própria vida
UM BEIJO

Noc@s disse...

Pois linda... Nem sei que te dizer... Li e reli o teu post, mas acho que nunca terei as palavras correctas para te dizer, e estarei sempre de fora. Compreendo-te quando te questionas "E eu, a Filipa?", pois eu tive que criar espaço/tempo para mim porque senão acho que dava em doida e não conseguiria dar o meu melhor aos outros, e entre casa, trabalho, filho estava a deixar-me para trás e disse a mim mesma que não podia assim ser. Há uma grande verdade naquele anúncio "Se eu não gostar de mim? Quem gostará?" E é mesmo assim.
Eu e o meu marido ambos trabalhamos como sabes, e quando referes quando temos os filhos doentes quem fica com eles, pois posso dizer-te que neste aspecto revezamo-nos entre os dois, pois ainda que a nossa família nos apoie, como também trabalham todos é muito difícil para eles, e portanto é algo que fazemos efectivamente 50/50, assim como todo o outro trabalho diário em casa. E é assim que temos conseguido levar a nossa vida dividindo tudo o que é tarefa, seja ela qual for. O meu marido por exemplo, quando eu tive que vir trabalhar depois dos 4 meses de baixa de parto, ficou ele com o pulgo 5 semanas, até ir para o infantário. Sei que toda a família é importante, mas entre o casal acho que é onde está a chave, como geri-lo, como fazê-lo, acho que não há fórmulas, pois todos somos diferentes e temos que encontrar a melhor maneira de o fazer para que se sintam todos bem quer como família, quer individualmente.
Apenas quero dizer-te uma coisa mais, se precisares de alguma coisa, nem que seja para gastares os 0,50€ do café com companhia aqui estou! Além disso sou muito complicada tentar explicar os meus pensamentos e sentimentos é mais fácil falar, por isso este comentário já tem mais de 1 Km e de certeza que não entendes-te nada... Enfim pelo menos a parte do estou aqui, é porque estou mesmo, ok?
Jocas grandes e animadoras

Ana Guida disse...

Filipa...compreendo a agitação que é a tua vida e denoto um certo cansaço e frustração nas tuas palavras...sabes, temos de ser mães mas não devíamos deixar de ter uma vida própria...compreendo que no teu caso seja muito complicado precisamente por não teres uma família com quem contar...se estivesse mais perto oferecia-te uma ajuda, como estou longe apenas posso oferecer a minha amizade e apoio...se quiseres desabafar, o meu mail está no blog, dispoe ;)

bjs grandes, força e coragem pr ti...

Lisa disse...

Querida a tua vida é tão madrasta ... gostava de falar contigo pessoalmente, temos mtos pontos em comum ... tb ja sabes um pouco de mim... exceptuando o facto de nunca ter tido filhos ...

vou te mandar um email com mais calma!
beijos na tua alma e mta força!

Mae Princesa disse...

Epá!!Eu tinha comentado de manhã!!!Queria dizer-te que te compreendo, e acho que deves dar uma volta à tua vida, para te voltares a encontrar, de outra forma dentro de pouco tempo tudo deixará de fazer sentido para ti! Acho que um emprego não é de todo descabido, os teus filhos já são maiorzinhos e estarão cada vez menos doentes, e há empresas humanas que compreendem as mães, principalmente se fores boa no que fazes pois hoje em dia também é dificil encontrarem pessoas dedicadas! Outra opção é dedicares-te ao voluntariado. Não tens remuneração mas estarás ocupada a ajudares quem precisa, sem quaisquer obrigações! Ajuda de mãe, Banco Alimentar....Todos beneficiariam com a tua ajuda...Já pensaste nisso? Vai à procura do teu caminho amiga...Um dia os teus filhos seguirão o deles...E tu? Ficas onde nessa altura??

teresa disse...

Olá amiga! Ontem quis deixar-te um comentário mas confesso que não soube o que dizer...talvez por estar mais cansada achei este teu post um pouco negro!
Ás vezes este desabafar, faz vir ao de cima o que está algures, meio entalado. Sem querer dar-te ideias de como organizar a tua vida (até porque o fazes muito bem sem ajuda!) mas sinceramente acho mesmo que não te deves culpar por nada do que se passou. As nossas decisões são sempre motivadas por algo, por norma queremos sempre o melhor!A Vida tem muitos momentos menos bons mas isso só nos torna mais sábios! Aproveita o tempo que passas com os teus filhos e valoriza-te, mima-te, pois ao levantares a tua auto-estima benificias todos os que te amam.
Estabeleçe um objectivo (aproveita a entrada no novo ano!) que possas realizar e luta por ele! Pode ser um emprego, pode ser dedicar tempo a ti própria, pode ser alargar horizontes com novos conhecimentos (porque não pensas actualizar os estudos - existem muitas oportunidades em que ainda te pagam para estudares!) Mas pelo menos podes ter uma meta a atingir e isso empurra-te para a frente
Um beijinho grande e muita força

Unknown disse...

Querida Filipa,
À medida que ía lendo o teu texto íam surgindo, na minha cabeça soluções e quase me atrevi a dar-te sugestões. No fim, parei para pensar, fechei os olhos e imaginei-me com uma vida idêntica à que, desde há 6 anos tens. Descobri pontos positivos e pontos negativos mas, não obstante o que possa ter de bom, acredito na tua angústia, sinto a tua tristeza como, da mesma forma imagino o teu sorriso por não perderes momentos importantes da vida do Di e da Ritinha.
De uma forma ou de outra percebo a necessidade de contactar com o mundo, de sentir uma independência diferente da emocional. Queria tanto poder dar-te tudo o que precisas! Não sei como ajudar, não sei como poder fazer algo para te arrancar o vazio e o silêncio.
Não tenho dúvidas do maravilhoso que será estar com os teus filhos mas...não tenho dúvidas da falta que te faz o mundo lá fora!
Pelo que escreves vejo-te transparente, forte, leal, sincera,interessada, inteligente. Pessoas como tu fazem falta a esta sociedade cada vez mais pobre de mentalidades limpas. Torço para que o Di seja aceite, em breve no jardim de infância. Nessa altura podes tentar uma colocação profissional e faltar sempre que os teus filhos precisem...pelo menos podemos tentar!
Um beijo para ti cheio de força e solidariedade.
Xana

Kelly disse...

Como te compreendo. Acredita que sim. Quando estava em casa sentia-me assim e também olhava o armário e via roupas que ainda me custava largar e outras míseras que eram uma tristeza - mas ainda é...
Comecei a trabalhar mas com os gastos de gasolina e afins creio que não ganho nada e ainda por cima faço falta aos meus filhos... Não sei se foi a melhor opção mas sentia-me mesmo mal em casa...
Tem calma, tenta procurar algo para fazeres, tipo trabalhos online como freelancer...
Não desanimes e cuida de ti...
Beijinhos grandes

Ângela Vieira disse...

Olá minha querida!
Passei para saber de ti...
Espero que estejas melhor!

Beijinhos grandes e um optimo fim-de-semana para vocês!
Ângela e Tomás

Sílvia disse...

Olá...
Visito este seu cantinho todos os dias, mas nunca cá deixei um comentário. mas hoje teria de deixar, não é?
Imagino como se sente, a revolta que vai aí por dentro. Por mais que dediquemos a nossa vida aos outros, se nos faltar tempo para nós, não aguentamos.
E o maldito dinheiro... estou tão cansada de depender dele... que porcaria.
Mas pronto, resta-me só deixar-lhe uma palavra amiga, de confiança que melhores dias virão :)

Beijinhos

P.S. desculpe a invasão

Paula Silva disse...

acho que te deixei um comentário ontem ..será que não ficou?

Is@ disse...

Oh Filipa, compreendo a tua frustração. Eu sempre trabalhei e quando o Jorge nasceu, apesar de tudo o que a maternidade tem de bom, sentia necessidade de trabalhar, de desanuviar a minha cabeça, o meu espírito. Imagino agora tu há alguns anos assim. Ainda para mais quando essa opção acarreta algumas dificuldades a nível financeiro. Eu não sei qual a tua profissão por isso não sei como te dar alguma ideia...
O ano está a acabar, pode ser que o próximo traga mais saúde, esperança e, quem sabe, um emprego!

Um beijo de bom fim de semana

Isabel

Anónimo disse...

Mimnha querida,espero que te sintas um pouco melhor!

Um beijao enorme e bom FDS.

Daniela disse...

As vezes, só o desbafar já é meio caminho para te sentires melhor, mas faz falta o outro meio!
Eu sei o que é estar "presa" em casa, pois também estive por diversas vezes, devido às diversas operações que fiz, mas nunca por periodos tão longos. É de ficar doida!
Não há nada que tenhas jeito para fazer? Tipo salgados, doces, compotas, malhas, pintar quadros... arranja um hobby e tem vender as tuas peças pela net, por lojinhas na tua zona...
Tens que dar a volta por cima, mas quando estiveres a sentir-te em baixo podes contar connosco para falares e aliviares a carga!
Beijo grande