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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Instabilidade no Jardim de Infância

Hoje à hora de almoço quando fui buscar a Rita, foi-me comunicado que a Auxiliar do JI iria ser transferida para outra escola.

Esta funcionária pertence aos quadros do Ministério de Educação, mas a celebração de protocolo de cooperação entre o Ministério e a Camara, consagra que os funcionários afectos ao Minsitério devem ser colocados nas Escolas, responsabilizando-se a Camara pela colocação de novos auxiliares nos JI.

Assim, esta e outra auxiliar (de outro JI), que já tem quase 60 anos, irão ser transferidas. Esta senhora com mais idade, e no JI há mais de 20 fartou-se de chorar, mas a responsável do Agrupamento foi peremptória .... as transferências irão ser concretizadas.

Em virtude de não concordarmos com a medida, fui encarregue de redigir uma carta, carta essa que aqui trancrevo. Os míudos estão em choque, e já há crianças que se agarram à bata da auxiliar a implorar que e Tina como carinhosamente lhe chamam, não se vá embora.

Estou perfeitamente consciente que não sortirá qualquer efeito este nosso apelo. O desrespeito e a insensibilidade para com os docentes já era uma realidade .... mas pelos vistos, a injustiça das medidas já afecta as crianças do JI.


Carta
Exmos. Senhores,

Nós, Encarregados de Educação das crianças que frequentam o Jardim de Infância de &%&%&%&%%$, fomos hoje apanhados de surpresa, com a triste notícia da transferência da nossa Auxiliar ?%%/(. Hesitámos muito antes de redigirmos esta carta, mas todos nós, sentimos que teríamos que recorrer aquilo que ainda nos resta fazer, que no fundo, mais não é, do que manifestarmos a nossa revolta e a nossa incompreensão perante a medida adoptada.

Como pais, é difícil perceber, que necessidades logísticas são estas, que vão implicar a transferência de uma funcionária, que para além de uma excelente pessoa, desempenha a sua actividade nesta localidade há 14 anos, estando por isso, perfeitamente inserida na nossa comunidade.

Aqui, a /%%$%$ é respeitada e acarinhada por todos quantos presenciam a forma doce, humilde, carinhosa e amiga, com que diariamente acompanha os nossos filhos.

De facto, por mais que queiramos, não podemos concordar com esta medida, pois acreditamos que irá provocar uma enorme instabilidade emocional entre as nossas crianças.

Como saberão, a frequência de um jardim de Infância é o primeiro contacto que as crianças têm com o universo escolar, devendo por isso, ser o local onde lhes é transmitida toda a segurança e estabilidade, para encararem com confiança o inicio do seu percurso escolar.

Face ao exposto, apelamos à Vossa sensibilidade, e solicitamos que se estudem alternativas que venham garantir a permanência desta estimada funcionária, que é vista pelos nossos filhos como uma grande amiga, e que lhes transmite com muito carinho e afecto, a ideia que também na escola, é possível ser-se feliz!!!

Gratos pela atenção dispensada, apresentamos os nossos melhores cumprimentos, na esperança de que o nosso pedido possa ser acolhido, para o bem de todos os nossos filhos.

Os Pais

7 comentários:

Anónimo disse...

Pois, lamentavelmente este é um problema que tem sido recorrente em várias escolas este ano.
Todo o pessoal não docente (inclusive pessoal de secretaria) passou a estar sob a alçada das respectivas Câmaras Municipais. A preocupação com as crianças e o bom funcionamento das escolas não é tanta como aquela que pretendem ter com a gestão dos recursos humanos...
É uma tristeza as crianças estarem a sofrer com a perspectiva de perderem a sua "auxiliar preferida", embora nós saibamos que elas ultrapassarão
facilmente o seu desgosto com a chegada de uma "nova amiga simpática)(mais facilmente do que os adultos).
Acho bem que tenham demostrado o v/ descontentamento mas, sinceramente, não me parece que venham a ter muito êxito, até porque mudar de posto de trabalho é uma coisa normal, por muito que isso chateie e prejudique os envolvidos.
Boa sorte!!

Anónimo disse...

filipa espero que eles pensem nas crianças que ja estão habituadas com essa senhora.pode ser que a carta os faça mudar de deçisão. para eles o mais importante deve ser o as crianças terem pessoas com quem elas se simtam bem.

Anónimo disse...

Infelizmente hoje em dia este tipo de situações têm sido frequentes. Este caso não é o primeiro de que tenho conhecimento e apesar de achar que a certas pessoas, que encaram os seus postos de trabalho como meros passatempos devem sim ser postas ao dispor deste processo de Mobilidade, acho realmente muito triste que pessoas que sempre desempenharam as suas funções devidamente sejam tratadas desta forma.
Também acredito que a vossa carta não vai alterar a situação, mas uma vez que é impossivel fazer mais, ao menos tentaram, e alguém ficou a saber que não estão de acordo e que as crianças vão serntir-se muito.

Beijinhos,
Susana

Patricia disse...

uma carta muito bonita e muito bem escrita...

beijos e boa sorte ;)

Anónimo disse...

Olá Filipa. Não tenho tido muito tempo para as visitinhas mas hoje instalei-me e só vou sair depois de me pôr a par dos teus últimos posts, lol! Fiquei triste com o faco de teres de abdicar de ser dadora - mas de facto é melhor não arriscares! Podes sempre ajudar e tenho a certeza que o farás, mesmo que estudes alternativas. Quanto aos teus pensamentos/desabafos, eu também estive em casa até há bem pouco tempo, ás vezes arranjámos desculpas para o nosso «desleixo», mas a realidade é que o fazemos porque sabemos que estando em casa a tendência é para nos descuidarmos - nisso acredito que também me deixei levar pela preguiça, lol! Mas temos de cuidar de nós, sem dúvida!
Este último post é de facto revoltante ver este tipo de coisas...para os pais que tão bem sabem como é difícil descansar, quando deixamos as nossas crianças com outras pessoas, é difícil entender em que é que a mudança de alguém a quem as criançs se afeiçoaram, pode benificiar?!
Um beijinho e agradeço a tua visitinha ao meu blog, pois sei que o entendes como poucos...

Vendas disse...

Pelos comentários já deu para perceber que acontece um pouco por todo o país e a escolinha do meu filho não foi excepção....
A sorte é que ele está lá o pelo primeiro ano,não havendo grandes laços afectivos, mas para as outras crianças acredito que seja bastante complicado...

Mas o que fazer, pouco ou nada, infelizmente!

Beijo

Elisabete disse...

Estas mudanças só cabem na cabeça das pessoas que estão completamente a leste do envolvimento que existe entre as crianças e todo o pessoal que diariamente convive com elas nas creches e escolas. Não fazem sentido nenhum. Acho muito bem que reclamem porque só assim é que se consegue mudar alguma coisa. É difícil, mas tem de se tentar!
Beijocas