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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Pudor ... Sim ou Não?


Há muitas interrogações que me surgem e às quais não sei dar resposta, nesta ardua tarefa que é ser-se mãe e educadora. Penso e repenso, e muitas vezes, não consigo chegar a uma resposta concreta ... não consigo chegar áquela resposta que me permita afiançar que a opção que irei tomar é a mais correcta. As mais das vezes, tomo aquela, que em determinadas circunstâncias, me pareceu a mais ajustada, ou, em ultima instância a mais equilibrada, aquela que sei que não irá contar com uma forte "oposição".

Eu por exemplo, fui criada pela minha mãe, que sempre se revelou muito "open mind" para a sua idade. Sempre me relatou, que eu em pequena era púdica, que me recusava a despir à frente de quem quer que fosse, e quando andávamos às compras, recusava-me a trocar de roupa, sem estar devidamente protegida pelos Gabinetes de Prova.

Ao entrar na adolescência, a minha mãe, decidiu ser adepta do nudismo, e como tal, lá ia eu arrastada para o Meco (lol). A minha mãe sempre me incentivou a que me despisse, tentando sensibilizar-me para a liberdade que o nudismo proporcionava, mas se é verdade que nunca me convenceu, também é verdade que nunca me obrigou!!

Conforme fui crescendo, fui lidando com a exposição do corpo de uma outra forma ... com uma naturalidade q.b. Quando o André nasceu, achei que o deveria educar sem preconceitos, com total abertura, e por isso, em casa não existiam tabus. O meu filho foi educado a lidar com o seu corpo de uma forma natural. Sempre que se porporcionava ele tomava banho comigo, sem pudores ou preconceitos, apenas e só, com muito respeito. Foi assim durante anos, até que em determinada altura, o meu marido (que é mais conservador e sempre entendeu que não se deve "expor" em frente aos filhos) censurava o facto de eu tomar banho de porta aberta. Para ele, tinha chegado a altura de começar a existir algum pudor. Desvalorizei a sua opinião, e estou até hoje, sem saber se fiz bem ou mal!!

Nos dias que correm, cada vez mais temos conhecimento de história arrepiantes de crianças que são molestadas sexualmente, geralmente por familiares ou amigos chegados. Quantas vezes já não nos deparámos com uns olhares menos inocentes de pessoas estranhas para com crianças que alegremente brincam num Parque Infantil.

Por isso, penso que actualmente, tem de haver mais cautela, todos nós sabemos que as crianças estão cada vez mais expostas, e que cada vez mais, chegam ao nosso conhecimento histórias de abuso de menores. Sendo eu mãe de uma menina (embora não sejam só as meninas que correm riscos), dou comigo muitas vezes a vê-la brincar na inocência dos seus quase 5 anos, brinca com total liberdade de movimentos ... alheia a que poderá estar a ser observada por alguém menos bem intencionado. E é aqui que eu me pergunto ... deverei eu (e è isso que tenho vindo a fazer) alertar para que ela deverá ter algum cuidado com a forma que adopta, por exemplo para se sentar? No outro dia alguém me disse: "Ah coitadinha, deixe lá ainda é pequenina!!. será que é pequenina para perceber que há determinados comportamentos que não devem ser adoptados porque a expõem demasiado?

Será que devo incentivar a minha filha a ser púdica, para que dessa forma, a tente proteger?

Será que, não estou precocemente a chamá-la a atenção para a existência de alguma crueldade e psicopatia no mundo dos adultos? Será que ao fazê-lo, não estarei a beliscar a sua inocência? É que, se por um lado, acho que as crianças devem ter consciência do mundo real que as rodeia, como explicar-lhe os riscos que corre, sem que com isso, a confronte com o mundo cruel dos adultos?

Como explicar à minha filha, que não gosto que se sente ao colo de um senhor voluntarioso, que amavelmente se disponibilizou para a sentar ao colo, enquanto assistiamos a um teatro de rua? como lhe explico que não gosto ... se ela achou que o senhor tinha sido simpático, ao possibilitar-lhe não ver o teatro de pé?

Sinceramente, neste mundo tão preverso, já não sei como educar, cada vez mais me deparo com a inexistência de respostas absolutas, e com a existência de muitas interrogações!!

13 comentários:

Ângela Vieira disse...

Olá linda!
Não sei o que te diga...
Sim...ele há por ai cada um, todo o cuidado é pouco!
Mas sim, acho que em determinadas situações de deve alertar as crianças para adoptarem outra postura...

Em relação às sopas do Tomás, hoje quando a Vera me alertou até fiquei verde...
Liguei logo à pediatra, que é super experiente, razão pela qual a escolhi e esta responde-me para não ligar a essas mariquices...
Não sei que faça!

Beijinhos babados
Ângela e Tomás

Anónimo disse...

Olá querida mamã, subscrevo as tuas palavras e as tuas questões que são, sem dúvida, muito pertinentes. Eu protejo igualmente a minha filha mas sem a asfixiar. Quando ela for mais crescida concerteza que abordarei com ela a questão de que nem todas as pessoas que nos abordam são bem intencionadas. Será uma especie de prolongamento do "não se fala nem se aceita nada de estranhos". Mas que é um ponto critico, lá isso é.
Beijinhos,Sofia,Pedro e Joana

andreia disse...

bem... tantas vezes penso nisso...
confesso que tenho muito receio pela Di, tanto que por vezes dou por mim a olhar para todos os lados a ver quem esta a olhar para ela, nada de paranoico mas assusta-me quando vem um desconhcido e pega nela e me diz "ela é tao dada", assusta-me quando dizem "queres vir comigo?" e ela aceita, nao quero parecer paranoica e ja expliquei isso ao meu marido, apenas hoje em dia temos de ter muito mais ciudados do que antigamente pois antigamente nao havia tanta coisa como hoje em dia...
quanto a tomar banho eu tomo banho com a Di à vontade e explico-lhe o que ela me pergunta, quanto ao meu marido este ja se esconde dela, fecha se na casa de banho e passa-se se ela vai ter com ele e ele esta a vestir-se.
Acho que cada vez mais devemos explicar tudo aos nossos filhos para saberem com o que contam, eu à Di digo que ha homens maus que a podem levar se fugir de mim por exemplo, coisass simples mas que espero que deem resultado.
jokitas

Anónimo disse...

Nem sei que te diga, cada vez e mais dificil educar um filho, devido a tantas coisas menos boas que nos rodeiam, acho sim que as crianças devem ser educadas comliberdade mas sempre com responsabilidade, mas estando sempre alerta para os perigos que existem nesta sociedade, sou da opiniaoque nao os devemos sufocar,mas devemos sim estar sempre de olho bem aberto porque o perigo mora ao lado...

Beijinho grande

Mae Princesa disse...

É complicado amiga. Cá por casa os banhos e até às vezes as idas à casa de banho são de portas abertas! Eu tomo banho com eles, o André faz bastantes perguntas às quais obtem sempre resposta que acho adequuada à idade. E sem eu lhe dar qualquer explicação ou chamada de atenção em relação às pessoas malintencionadas ou mesmo perversas, ele próprio agora anda armado em crescido e só mostra a pilinha à mãe! Temos que fazer o que o coração nos dita!bj

Patricia disse...

É tudo uma questão de educação que cabe aos papás decidir e ponderar. Mas eu acredito que não te deves deixar "consumir" com todos esses receios, afinal de contas nem todas as pessoas são maldosas. Talvez ainda seja muito nova, mas convém que os teus filhos se saibam proteger e defender se alguma vez (e diabo seja cego, surdo e mudo) alguém tentar alguma coisa... Como ainda não sou mãe também não te posso ajudar mais, falta-me a experiência! lol

bjs

Mamã e Tesourinhos disse...

Oi!
É difícil tomar este tipo de decisões. Penso que temos que deixar que o nosso bom senso nos guie.
Em casa não somos reservados e tomamos banhinho com os miúdos (penso que é neste momento que os nossos laços se apertam mais), mas na rua andamos mais atentos. Na praia não andam sem fato de banho ou fralda e se alguém lhes quer falar confesso que fico um pouco de pé atrás. Depois penso, será que estou a ser paranóica? Mas ouve-se de tudo, por isso...
Fica bem.
Bjs.

gosto-muito-de-voce-leozinho disse...

em casa à liberdade total, somos só as duas...mas em casa das avós ou tios...vai a casa debanho com a porta fechada..não despe ao pé dos primos nem de tios...e na praia de fato de banho...eu tenho sobrinhos rapazes e não me dispo perto deles...o pai da minha filha não se despe perto dela...ja perguntei

liberdade q.b


fui vitima de molestia sexual na minha propria casa..como tal não sou permissiva.

Noc@s disse...

Pois... Nem palavras tenho, pois as tuas dúvidas são as minhas... E se por um lado não queremos "privar" os nossos filhos de se poderem viver sem medos excessivos, por outro há aí tanta gente maldosa... Creio que é cada ve mais difícil impormo-nos um limite entre a paranóia e mesmo preocupação natural... ARRRGGGG!!! Estas coisas dão-me volta à cabeça e parece que ando sempre angustiada...

Anónimo disse...

Acho que não há respostas certas para essa questão!
São coisas muito pessoais e cada um tem que ir tentando seguir a sua sensibilidade e bom senso para gerir estes assuntos à medida que eles vão surgindo.
O corpo é uma coisa natural e que não se esconder ou exibir particularmente. Estar nu é a forma mais natural de existir, é o nosso corpo, aquele com que nascemos e com que morreremos.
Vai-se modificando e alterando ao longo do tempo e temos que o aceitar com naturalidade. Há "pilinhas e pipis", da mesma maneira que existem "banhocas na barriga" ou rugas no rosto. É nosso lado físico.
É evidente que com pesoas estranhas ao seio familiar as coisas são diferentes e que tudo tem que ser gerido na sua justa medida. O principal é sentirmo-nos bem connosco e com eles.

Anónimo disse...

Acho que não há respostas certas para essa questão!
São coisas muito pessoais e cada um tem que ir tentando seguir a sua sensibilidade e bom senso para gerir estes assuntos à medida que eles vão surgindo.
O corpo é uma coisa natural e que não se esconder ou exibir particularmente. Estar nu é a forma mais natural de existir, é o nosso corpo, aquele com que nascemos e com que morreremos.
Vai-se modificando e alterando ao longo do tempo e temos que o aceitar com naturalidade. Há "pilinhas e pipis", da mesma maneira que existem "banhocas na barriga" ou rugas no rosto. É nosso lado físico.
É evidente que com pesoas estranhas ao seio familiar as coisas são diferentes e que tudo tem que ser gerido na sua justa medida. O principal é sentirmo-nos bem connosco e com eles.

Anónimo disse...

Eu ainda hoje nao gosto de me despir a frente de quem quer que seja.Nem da minha mae.

Ca em casa,o G nao gosta de andar despido a frente da Sammy e nao gosta que a dispa a frente de amigos/as nossos.
Eu concordo...

E quando ela tiver idade para perceber irei-lhe dizer que o "Sr simpatico" afinal n e "simpatico".
Com as devidas palavras,claro.

Tenho tanto medo destas coisas,que nem imaginas.
Ainda mais aqui.
Nao me perguntes porque!!!

Ja a minha avo dizia: "Mais vale prevenir,do que remediar"
Beijinhos

MamãdaDiana disse...

Perguntas para as quais as respostas são muito dificeis! Desde que a Diana nasceu que andamos de transportes publicos! Sempre a alertei para a forma de sentar! Admito que sou excessivamente protectora! Já reparei num homem que olhava para a saia da miuda de forma permanente! Uma coisa nojenta! Outro que se "mexia" constantemente...

Perto da minha casa, entre os meus 11 e 13 anos, lembro-me de pelo menos, ter visto 5 homens diferentes a masturbarem-se (vivo de frente para a mata)! Não me adianto mais!