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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Fui à Secretaria


Lá fui eu à Secretaria do Agrupamento tentar saber o que se passa.

Qual não é o meu espanto que me informam que as regras de acesso mudaram, pelo que, já não será dada prioridade aos irmãos. Segundo o despacho 8493/2004, DL 542/97 e DL 3/2008 as crianças ingressam tendo em conta a idade contada por anos, meses e dias.

Fiquei surpreendida, uma vez que, aquando da inscrições que terminaram a 20 de Junho, questionei a funcionária sobre as probabilidades do Di, entrar ou não. A resposta que obtive é que ele teria grandes probabilidades de ingresso, pelo que, já não coloquei qualquer outra alternativa, para além do Jardim de Infãncia, do nosso local de residência. Certo é que não entrou. Não me conseguiram convencer alegando a alteração da legislação, até porque, nenhum dos diplomas com o qual fundamentam a alteração, são posteriores à data em que terminaram as inscrições. O certo é, que a criança mais nova que entrou, nasceu a 04/02/2004, ou seja, se as regras se mantiveram, o mais certo é que, em vez de ficar em casa mais um ano, fique dois.

Sinceramente, se alturas houve, em que achei que os meus filhos estariam mais protegidos se estivessem comigo em casa, esta não é uma delas. Penso que o Di precisa de conviver com outras crianças, precisa de apreender as regras de boa conduta social e de partilha, precisa de desenvolver novas competências e autonomia, não vendo por isso, em casa que ele possa desenvolver quaisquer uma delas. Sinto que por esta altura, consigo ter uma grande quantidade de horas disponíveis .... mas que já não as consigo converter em horas de qualidade. Convinhamos que ao estarmos fechados em casa, estamos convertidos à estupidificação, não só deles, mas também minha. Já não há mais paciência para andar a privar diariamente com o aspirador, o pano do pó, a limpeza dos vidros, já para não falar dos milhões de gritos que tenho que dar para que a minha casa ainda se vá mantendo um local habitável.

Estou farta de ser uma gata borralheira à força ... cada vez mais detesto as lides domésticas e cada vez mais rejeito a acomodação a esta situação. Afinal de contas para que é que andei a queimar as pestanas? Para ser gata borralheira? NAO! Não me quero resignar. Infelizmente não sei ainda muito bem por onde começar até porque me surgem várias interrogações:

1) Quando me chamarem para ir a uma entrevista de trabalho como faço? Levo os míudos comigo? É capaz de não ser muito conveniente, mas a verdade é que não tenho ninguém a quem os deixar (nem familiares, nem amigos pois todos trabalham e têm as suas vidas)!!! deixá-los sozinhos em casa, não me parece também uma boa solução (mas porque é que eu não sou inglesa?)

2) Aonde os vou colocar? é que me pedem 600,00€ pelos dois!!

3) Inscrevo-os no Jardim Infantil. Pago 360 euros de inscrição, mais 600 euros da primeira prestação. OK já estou liberta. Envio curriculos, fico a aguardar pelas entrevistas e consequente resposta. Quanto tempo terei de esperar até ingressar no emprego? e quantos milhares de euros é que essa espera implica? Sim, porque não posso pôr as crianças e pagar só quando tiver trabalho!!

4) Qual o vencimento que me pagariam? No minimo, para que eu não andasse a pagar para trabalhar, teria de ganhar 950,00€ (600 (escola) + 100 (passe) + 150 (alimentação) + algum investimento na apresentação pesoal). Será fácil de encontrar? Nunca tive dificuldade em arranjar trabalho, mas não me posso esquecer que vou fazer 35 anos brevemente e por isso a idade infelizmente já vai pesando!! Será que a facilidade de outroura se mantem? é que já estou sem exercer qualquer actividade profissional desde 02/2003.

5) Teria sempre que faltar quando algum deles estivesse doente. Diz-me a experiência que essas ausências têm sempre consequências, particulamente, quando estamos vinculados por um contrato a prazo.

6) Que lhes faria no encerramento da escola no período de interrupção das actividades (Agosto?)Será que poderia confiar, e ter a certeza que poderia marcar as minhas férias, sem qualquer oposição por parte de colegas e patronato? Tenho as minhas dúvidas!!! Se não conseguisse conciliar o que faria? Colónias de férias? e quanto se paga por isso?

Há quem diga que estarei a problematizar .... continuo a achar que não. Creio que estes são os verdadeiros dilemas com que se deparam todos aqueles que têm filhos, e não podem contar com a ajuda e colaboração de familiares. Quase todas as questões não se colocariam se tivesse alguém (avós ou tios) com quem os deixar. Mas essa sorte ou se tem ... ou não se tem!!! E eu não tenho!!!

PS -Não sei porquê, mas ainda vou apresentar uma contestação á decisão (sem aviso previo) de procederem às alterações no ingresso no Jardim de Infância. Embora consciente que ele não entra... sinto vontade de manifestar o meu descontentamento pelo imprevisto das mudanças!!

Pronto, lá estou eu com o meu mau feitio!!!! Gostava tanto de me conformar e aceitar pacificamente estas coisas. Seria tão bom para mim!! Olha agora a trabalheira que eu vou ter. Tenho de escrever, ligar a impressora (que anda para aqui guardada algures), levar a carta ao Conselho Executivo do Agrupamento ... e depois ainda ficar em ansias a aguardar pela resposta!! E para quê? Só mesmo para não contrariar .... a minha forma de ser!!!!

Chau!!! Vou ver se me inspiro!! (lol)
PS2 - E o que eu tenho comido á conta destes stresses?. Coidado do Sr. Galvão, ... com uma lontra destas, a comer, cada vez que surge uma contrariedade, daqui a nada é obrigado a emigrar! (lol)

6 comentários:

Sandra disse...

Querida Filipa:

Cm eu te compreendo...


Continuo a achar q a familia é o pilar principal da nossa existência/vida... e quando não existe... é mt complicado.

Parecemos um "prédio sem alicerces"...

Mas só quem passa por esta situação é q compreende o q falamos.

Olha se precisares sair ou tratar de algum assunto, conta comigo. Posso ficar com os teus filhotes.

No entanto estou exactamente cm tu, há anos em casa, a criar os filhotes e com um desejo enorme de retomar uma actividade profissional...

Estou reformada, cm costumo dizer, desde os 29 anos...lol

Sinceramente, debato-me com as mmesmas dúvidas q tu: mãe já não tenho e sogra tenho realmente mas não posso contar c o apoio da msm, pois não sua mentalidade não há qualquer obrigação para com os netos. Há visitas e convívios de vez em quando, mas sem compromisso.

Agora pergunto:

estaremos a "ver mal o filme"?

se houver alguém q me possa fazer o "desenho" de cm é q a coisa funciona, tenha a bondade...

Bjs solidários... lol

Sandra

Anocas disse...

Olá, já passei por aqui várias vezes hoje, na esperança de saber notícias da escola do Diogo. Enfim, é o país que temos! A instabilidade nota-se em todos os domínios até no que diz respeito à produção legislativa.
Quanto ao estar em casa... eu compreendo o que vocês sentem, não fora eu própria ter passado pelo mesmo e ter tido vontade de "dar com a cabeça nas paredes". LOL
A tua amiga s.a. também está a "ver bem o fime", acho eu. Até porque, desengane-se quem pensa que se pode ter o "melhor de ambos os mundos".
Não te sei dizer ao certo quem tem razão, mas a verdade é que eu agora tenho muitas saudades de ter tempo para OUVIR as crianças. É incrivel, não é?
O teu Diogo só agora chega ao fim da 1ª infância, tem o resto da vida para crescer. O privilégio de ter a mãe por perto é que é só agora. Já viste a sorte da Rita... vir lanchar a casa todos os dias?
Tu e eu não tivemos disto, hen? Diz lá que não tinha sido bom?!
de uma forma ou de outra "eles criam-se", como se costuma dizer, mas eu sinceramente acho que amor e atenção nunca fizeram mal a ninguém!!!
Hoje em dia fala-se muito em tempo de qualidade... com as crianças não acho que possa haver qualidade sem quantidade (até nos casamentos se precisa de criar espaços e tempos para namorar... quanto mais com as crianças pequenas!).
Hoje a pessoa que tu sabes telefonou-me e disse: "tás ao tabalho?", "puqué que tás sempe ó tabalho?", "eu quero que tu vens comigo com sol".
Enfim, parece que veio mesmo a propósito deste teu post, não é?
Faz-nos pensar...
BOM FIM-DE-SEMANA

Mae Princesa disse...

Filipa, quantos às prioridades, são as seguintes: no JI os irmãos têm prioridade se o outro irmão ainda frequentar o JI. Se frequentar outra valência, ou seja, primária, perde a prioridade. Em relação às creches, não econtras uma IPSS? Eu este ano paguei 100€ de creche numa IPSS... Quanto ao ordenado que precisarias de ganhar, acho que é uma verdadeira miragem nos dias de hoje, mas se arranjares diz me onde para eu mandar o meu CV!!!

MamãdaDiana disse...

Pois é... é a m**** de país que temos.. Infantários públicos é para quem tem cunhas... Falo por experiência própria... JÁ me dirigi a um local onde me diseram "mas não conhece cá ninguém?"...

È UMA TRETA

Kelly disse...

Então têm que arranjar vaga para ele...mas que estupidez...entao não sabem ler as circulares?

Kelly disse...

Ai como te compreendo com a estupidificação em casa...como te entendo!!!