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quarta-feira, 21 de maio de 2008

Um Episódio .... faltas

O meu filho andou na escola durante 5 anos em que as aulas começavam em Setembro e ele em Outubro já estava "retido" por faltas. Nessa situação só poderia passar desde que tivesse aproveitamento (o que seria pouco provável), e com o aval dos professores. Ou seja, fica dependente da boa vontade dos Profs. Eu jamais me colocaria nessa situação de dependencia da boa fé de terceiros, mas enfim .... ele assim fazia. Chegava ao final do ano com centenas de faltas, e quando eu o interrogava como é que era possível ele ter 300 faltas no ano lectivo ... ele corrigia-me com ar provocador dizendo-me: não são 300 mãe, são 301!!!!!. A uma dada altura a Directora de Turma telefona-me, afim de me perguntar se ele já estava melhor da broncopneumonia???. Como? pergunto eu. Resumindo, o meu filho já não punha os pés na escola há mais de 2 semanas. Marcámos reunião para o dia seguinte. Fiquei de me fazer acompanhar pelo André. A reunião durou nada mais nada menos que 4 horas e contou com a presença da psicologa da escola que juntamente comigo e com a Directora estudou a melhor forma de ajudarmos o André. O objectivo seria convencê-lo a completar pelo menos o 6º ano com vista a ser encaminhado para um curso tecnico-profissional, para poder ter correspondencia com o 7º, 8º e 9ºs anos. Infelizmente, só existe um curso tecnico-profissional para quem não tenha completado o 6º ano, o curso de jardineiro!!!!! e está sempre cheio!!! Todas as profissões são importantes, mas bolas, que desgosto, ter o nosso rico filhinho a não deixar outra alternativa senão estas profissões, digamos que, menos prestigiantes!!!. na reunião ele teve a certeza que se não completasse o 6º ano, não tinha hipoteses de evoluir para o que quer que fosse. Infelizmente, mais tarde vim a saber que essa era a notícia que ele sempre quis ouvir. Ficou acordado na reunião que os professores tudo fariam para o ajudar a recuperar o tempo perdido, e que ele voltaria à escola naturalmente no dia seguinte. Estavamos numa 3ª feira. No dia seguinte e nos que se seguiram o meu filho saiu de casa como fazia habitualmente. Na 2ª feira seguinte recebo novamente o telefonema da Directora de Turma, que na sua ingenuidade me pergunta: "Então D. Filipa o que se passa, o seu marido não deixou o André regressar à escola?". Ou seja, o meu filho faz-nos estar 4 horas a debater o seu futuro, comprometesse a regressar à escola, e volta a faltar como se nada se tivesse passado. Aquela alminha dava-se ao trabalho de acordar, vestir-se e sair de casa como se fosse para a escola, e afinal ia jogar Playstation para casa do vizinho de cima. E aqui a "je" sem dar conta. Quem não me conhece até pode pensar que eu sou burrinha de todo, mas tal não é verdade, modestia à parte até sou espertinha, mas pelos vistos não tanto como pensava que era. Não não é verdade, o mentiroso é que tem uma grande qualidade!!!

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