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quinta-feira, 22 de maio de 2008

Quarta-feira 8 de Março de 2006

Atenção: Este post são escritas algumas asneiras e uma delas muito feia!!!lol!!!
Esta situação que vou relatar poderá induzir em erro, pois poderá parecer uma situação ocorrida na casa de pessoas cuja educação e bons modos não abunda, mas tal não corresponde á verdade. Somos pessoas civilizadas, e na nossa casa, lá se diz uma ou outra asneira, mas nada que se compare com a falta de respeito e a ordinarice que este diálogo possa reflectir.
Então cá vai:
O meu filho vira-se para mim, e por mais incrível e impossível que isto vos possa parecer (e acreditem que para mim não foi menos) disse-me:
- Mãe quero-te pedir um favor. Na 6ª feira tenho de sair!
- Para quê? Onde queres ir? (pergunto eu)
- Sabes tenho de ir dar uma “Foda”
Resultado: Uma brutal discussão com direito uns estalos à mistura, tendo ficado “fechado” no quarto toda a tarde. Eu nem conseguia olhar para ele!!!!
Consequência: Aproveitou ter estado toda a tarde enfiado no quarto, colocou a roupa toda dentro de sacos e fê-las chegar pela janela do quarto à casa do vizinho de cima. Abriu a porta do quarto, a de casa, e saiu. Verifiquei nessa altura a ausência das roupas. Bati à porta do vizinho e exigi a entrega de todos os “bens” do André. Contudo tinha levado a chave de casa, que entregou dias mais tarde à minha mãe. Esta era a estratégia utilizada por ele. Provocar, provocar, provocar …. aproveitando o pico de uma discussão para fugir de casa. Aproveitava para nesses dias fazer o que realmente pretendia (ia para festas, discotecas, afterhours, praia, casa de amigas/os, etc). Passado o tempo de festa, lá ia bater á porta da minha mãe pedindo guarida … e mais uma vez ela dava! Ou seja, quando não conseguia fazer algo com a autorização dos pais … fazia-o á revelia utilizando esta estratégia!!!
Depois lá vinha a mãe chorar-se que ele precisava da roupa, e que agora ela (a mártir) é que tinha de alancar com os sacos da roupa às costas, e ainda por cima com tantas dores de rins, mas que ele coitadinho também precisava de se vestir, etc, etc.. Eu apenas lhe dizia que se ele precisava que a viesse buscar. Mas ele não tinha coragem. Passei-me completamente com tal lamuria mas principalmente pelo facto da minha mãe continuar a não perceber que, abrindo-lhe a porta de casa, estava-lhe a dar cartão verde para nos desrespeitar, e continuar assim a utilizar estas técnicas para fazer o que lhe passava pela cabeça. Confesso que me passei dos carretos com tanta burrice/incompreensão, e com o que estava a provocar na nossa vida, e na vida do meu filho. Tentei controlar a minha ira mas não foi possível … eu juro que tentei, mas antes que voasse a minha mãe do 3º andar abaixo, achei preferível fazer voar todas as roupas do meu filho, e o resultado foi mais uma vez assistir ao triste espectáculo de a ver ir apanhar peça por peça, às tantas da noite, estando o neto a curtir o serão num qualquer café das redondezas!! Não lhe chamaria amor, chamar-lhe-ia …… sei lá, é melhor nem dizer!!! Compreendo perfeitamente a necessidades que os adolescentes têm de sair, mas essas saídas tem de ter regras, horários e muita responsabilidade. Que abertura podia eu ter para o deixar sair se sabia que andaria com os pés no banco do metro, que partiria paragens, que andava a fugir dos cobradores pois fazia sempre questão de viajar sem pagar bilhete, que poderia apetecer-lhe roubar um qualquer inocente, ou que o mais provável era receber um telefonema para o ir buscar a uma esquadra de polícia? Liberdade sim mas com Responsabilidade. Para mim cada saída dele representava uma grande angustia e expectativa … alguma coisa de mal aconteceria. Durante a estadia do André na casa da minha mãe eramos bombardeados com chamadas telefónicas, com relatos de insultos levados a cabo por ele, intimidações, chantagem, violencia, etc. Não poucas vezes eu na minha casa, ouvia as discussões entre eles, com as asneiras mais obscenas, que poderiam ser ouvidas a milhas de distância. Lá ia eu, a caminho de casa da minha mãe, tentar acalmá-lo para que a situação não tomasse outro tipo de proporção. Ela acaba por dizer que não agentava aqueles maus tratos, que ele era mesmo uma "grande besta" e que não permitia mais cenas daquelas. Ou seja, o meu filho estava na rua. Pelo que lá eu estava a bramar horas a fio, chamando-o a atenção para o despropósito da situação que ele criara e levava-o para casa. Semanas mais tarde tudo se repetiria, e assim andámos anos a fio .... agora não ... cansei-me de dar oportunidades atrás umas das outras! Se ele não consegue viver em familia paciência, não consigo andar com ele às costas durante toda a vida. Oportunidades foram-lhe dadas. Tivesse estudado, tivesse aproveitado as fantásticas oportunidades de emprego que lhe deram, com ordenados que lhe permitiam ser independente. Não quer trabalhar, então tenho pena, esse provavelmente seria o desejo de muitos de nós, mas como as coisas não caem do ceu, só temos mesmo é de nos aguentarmos e fazermos os sacrificios necessários para que possamos comprar e adquirir aquilo que nos dá prazer!!! Sim, porque lamento muito, mas não somos daqueles pais que se esmifram a trabalhar, de dia e de noite, nos trabalhos mais precários para que os filhinhos saudáveis, com bom cabedal estejam todo o dia de papo para o ar, ou a jogar Playstation. Isso tenham paciência mas cá em casa não dá!!!!

1 comentários:

Patricia disse...

É bastante complicado. Educar não é fazer as vontades todas, mas quando somos adolescentes infelizmente não compreendemos isso.

bjs