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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Pormenores com a Maxima Importância (IV)

(Continuação) .... o menino rebelde crescia, com tantos episódios (que eu de vez em quando, colocarei no blog). Entrou na adolescência, queria impor as suas próprias regras. Chegou a uma determinada altura que queria 25,00€/dia e a chave no bolso para entrar e sair à hora que queria. Não consentimos que isso acontecesse. Para nós, tem de haver liberdade com responsabilidade. Ele saía à rua, incendiava arbustos, partia o carro às professoras, andava nos beirais de torres de 15º andares, roubava, etc. A estratégia? .... os meus pais não deixam ...então vou combinar com a minha avó. A minha mãe ligava pra mim pedindo-me para deixar ir o André para casa dela, pois sentia-se sozinha, queria companhia. Eu lá deixava. O resultado era o telefone a tocar durante a noite com uma chamada da Policia, acusando o facto dele se ter envolvido em cenas de pancadaria às portas de uma discoteca em Lisboa. What? é o resultado entre muitos, do excesso de liberdade, patrocinado pela avó. Fugas de casa foram muitas, primeiro dormia em casa de amigos, em carros abandonados, e por fim batia à porta de casa da avó. Ela resistia na primeira noite, mas nas restantes, dera-lhe sempre guarida, até que ele a roubasse ou agredisse. Acabava sempre a dormir nos bancos ou relva do jardim. Lá ia eu às 3 e 4 da manhã convencê-lo a voltar a casa. Ele acedia. Assim que algum desejo fosse contrariado voltava tudo ao inicio. Nunca quis apoio médico, embora precise, pois é hiperactivo, e necessita de medicação. Medicação essa, que sempre recusou. Abandono escolar+roubos+ fuga+ violência =pedido de ajuda à comissão de protecção de menores. Após 2 anos, remeteram processo para o tribunal. Institucionalizam-no. Daí até andar a roubar carros e vender armas foi um instante. Fugiu da instituição. Foi viver com 3 amigos. Nenhum deles trabalhava. Como viviam? vendendo droga e ... advinhem? ... com os bens alimentares que a minha mãe lhes comprava! Oh Meu Deus isto será normal? Decidi vender a minha casa e fugir daquelas influências. Convidei o meu filho a acompanhar-nos para que se fizesse um homem. Ele aceitou. Pedi autorização ao tribunal para que ele voltasse ao lar. Foi aceite. Ele veio. Trabalhava 2 ou 3 semanas era despedido. Passava o tempo no café a fumar e a beber. Não queria cumprir horário de entrada em casa, não queria tomar banho, falava obscenamente em frente dos irmãos. As discussões são mais que muitas. Decidiu ir morar sozinho mesmo sem trabalho. Tendo renda para pagar, continuava sem trabalho. Estava sempre sorridente e na maior. Descobri mais tarde que quem estava a dar-lhe dinheiro para renda e alimentação era a minha mãe. Desde 23 de Dezembro a 11 de Janeiro que lhe passou 500,00 euros para a mão. Curiosamente, ela pensou que ele tinha pago a rendas ... mas enganou-se .... ele foi a uma festa e gastou o dinheiro. Isto fará algum sentido? Grande responsabilidade, sim senhor!!!! Se ele fosse trabalhar, a dia 4 ou 5 já não tinha dinheiro. Pedia emprestado à minha mãe. Se ele trabalhasse, ela respondia-lhe: não empresto porque trabalhas. Se ele não trabalhasse ela pagava todas as despesas. Conclusão: Então por que havia ele de trabalhar? Viva à inercia!! Ficou aqui a dever dinheiro em tudo quanto é cafés, mais, pediu dinheiro emprestado para pagar a renda, renda essa que estava a ser assegurada pela avó, ... mas que ele gastou. Agora, tenho as pessoas à porta ,a quererem falar com ele para cobrarem as dividas. Para além da vergonha, o pior mesmo, é que a nossa vida não permite que estejamos a pagar as dividas dele. Somos pessoas muito honestas e vivemos unica e exclusivamente do trabalho. Vivemos com o essencial. Quando não temos dinheiro, não compramos, mas dividas é que jamais. Muitas vezes, tenho vergonha de sair à rua, pois, quando olho para alguém coloco sempre a hipotese de se tratar de alguém a quem ele também deva. Acho, que também já não estou bem da cabeça!!!. Mais uma vez, a avó em furia pela traição do neto (por gastar o dinheiro da renda) aceitou-o na casa dela. Ele não trabalha, não estuda, mas continua a ter dinheiro para ir a acampamentos, praia, vestir-se, calcar-se, carta de condução, etc. Eu só pergunto que futuro é este que a minha mãe teima em patrocinar? mas que facilitismo? isto será normal? mas será que tudo cai do ceu e só eu é que não vejo isso? Já não sei. (continua)

1 comentários:

Paula Silva disse...

ninguem merece realmente ..bolas
até ja
paula